Assim que entrei na universidade, uma das minhas primeiras professoras me contou a seguinte história:
“Certo dia, na Grécia Antiga, um jovem entrou na Academia Ateniense e questionou a Platão quanto dinheiro ganharia aprendendo a matemática e filosofia ali ensinadas. O mestre filósofo pediu a um de seus assistentes que desse uma moeda àquele jovem e o mandasse embora. Se o dinheiro era o seu único motivador, ele já havia alcançado o seu objetivo”
Há alguns meses atrás, um amigo me disse que pretendia se inscrever no concurso público da Polícia Militar. Fiquei curioso, pois este amigo havia se afastado do serviço na iniciativa privada para tratar de uma síndrome do pânico que houvera desenvolvido após um acidente de trabalho.
Além disso, na minha opinião, ele não tinha perfil de policial militar. Eu não conseguia visualizá-lo empunhando uma arma de fogo ou ajudando a conter uma multidão enfurecida.
Perguntei o que lhe motivava a seguir esta carreira. Ele me respondeu que o principal motivo era a estabilidade financeira. Então, convidei-o a refletir se aquele era, realmente, o caminho que desejava seguir. Aquela carreira, repleta de potenciais situações de estresse, era a mais adequada para ele?
Diversifique os seus estímulos
Quando você inicia um projeto almejando apenas ganhos financeiros pode acabar tendo enormes perdas em outras áreas da vida. Do mesmo modo, você perde quando deixa de fazer algo só porque o ganho financeiro imediato é quase nulo.
É lógico que a expectativa de ganhar uma “montanha” de dinheiro pode ser um estimulante e tanto. Mas pense também nos outros motivos que te conduzem (ou repelem) àquela ação.
Muitas vezes, um único sorriso tem valor inestimável e será a única coisa que você vai receber em troca dos seus esforços. Ou então o trabalho a ser desenvolvido vai de encontro aos seus valores mais íntimos, e você tem que abrir mão de sua essência para ganhar aquele dinheiro.
Existem muitas outras coisas além do vil metal que podem te motivar. Ganhar conhecimento, sentir que está cumprindo um dever, expressar alegria ou gratidão, poder compartilhar de uma companhia agradável, mostrar o próprio potencial… Todos estes são grandes motivos para se tomar uma ação ou se iniciar um projeto.
Não tenha pressa, tenha sonhos!
Como já dizia minha avó: “A pressa é inimiga da perfeição”. Um trabalho feito com dedicação certamente renderá bons frutos, mas é preciso ter paciência para suportar os obstáculos iniciais e sabedoria para reconhecer o próprio desenvolvimento.
Novamente a diversificação dos estímulos ganha importância, pois se você ainda não está tendo o retorno financeiro desejado, avalie os demais ganhos que está recebendo.
Existe um ditado na área de tecnologia de que os melhores programas são aqueles em que os programadores criam para “coçar a própria coceira”. Linus Torvalds não estava pensando em ganhar dinheiro quando desenvolveu o código do núcleo do GNU/Linux.
Até mesmo Mark Zuckerberg criou vários softwares de comunicação e jogos antes de criar o Facebook. Eles queriam apenas expressar sua criatividade e se divertir. Com o passar do tempo, e com a experiência adquirida, conseguiram desenvolver as versões iniciais destes incríveis softwares. O dinheiro que hoje ganham é apenas uma das consequências das suas ações.
Procure fazer o que gosta, ou gostar daquilo que faz. Procure sonhar e correr atrás destes sonhos. Desta forma, o sucesso e o dinheiro virão com o passar do tempo. E quando fazemos algo com prazer, o tempo passa bem mais rápido.
Escrevi este texto a convite do Conrado Navarro para compartilhar com você minha visão de mundo a respeito do dinheiro e finanças pessoais. E você, o que te motiva a agir? Como enxerga essa relação entre dinheiro e realização pessoal? Compartilhe suas ideias e opiniões conosco no espaço de comentários abaixo.
Foto “Waking up”, Shutterstock.