A presidente do Federal Reserve de Dallas, Lorie Logan, disse nesta sexta-feira que o cenário atual da inflação nos Estados Unidos é contrário a qualquer avanço iminente do banco central em direção a uma política monetária mais frouxa.
“Acredito que é muito cedo para pensar em reduzir a taxa de juros”, disse Logan em um texto de discurso preparado para ser apresentado em uma reunião na Duke University. Antes de reduzir os juros, “precisarei ver mais incertezas resolvidas sobre a trajetória econômica em que estamos. E, como sempre, o (Comitê Federal de Mercado Aberto) deve permanecer preparado para responder adequadamente se a inflação parar de cair”, disse ela.
Logan disse que continua preocupada com a inflação, que vinha progredindo em direção a 2% antes de enfrentar um início de ano irregular.
“Estou cada vez mais preocupada com o risco de alta da perspectiva de inflação”, disse Logan. “O principal risco não é que a inflação possa aumentar – embora as autoridades devam estar sempre atentas a esse resultado – mas, sim, que a inflação fique estagnada e não consiga seguir a trajetória prevista de volta a 2% em tempo hábil”, disse ela. O Fed tem que agir para garantir que a inflação volte a 2%, disse ela.
Logan falou após a divulgação, nesta sexta-feira, de dados de abertura de vagas de trabalho muito mais fortes do que o esperado para março, que mostraram criação de 303.000 empregos e uma queda na taxa de desemprego para 3,8%, em comparação com os 3,9% de fevereiro.
O relatório ajudou a reforçar o argumento de que o Fed não tem urgência em reduzir os juros, que é a mensagem que as autoridades do banco central têm enviado aos mercados em comentários nos últimos dias.
Logan, que atualmente não é membro votante do Comitê Federal de Mercado Aberto, que estabelece os juros, também disse que, quando se trata de reduzir o balanço patrimonial do Fed, ela é a favor de uma redução mais lenta antes de interrompê-la completamente.
