Home Carreira Felicidade no trabalho: utopia ou consequência de nossas escolhas?

Felicidade no trabalho: utopia ou consequência de nossas escolhas?

by Fabiano Santana
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Uma das perguntas mais comuns que chega até mim, seja por e-mail ou através dos processos de Life e Executive Coaching, é: “Como ser feliz no trabalho”? Acredito que essa pergunta realmente é algo que interessa a grande parte da população brasileira.

Antes de aprofundarmos nesse assunto, gostaria de apresentar alguns números para reflexão:

  • Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que para 69% dos brasileiros, de todas as classes sociais, é mais importante ter tempo para a família que ganhar mais;
  • Robert Emmons, pesquisador e professor da Universidade da Califórnia, comprovou os efeitos positivos de sentir-se grato em diferentes estudos. Em um deles, verificou que o reconhecimento cotidiano de situações às quais somos gratos pode tornar-nos até 25% mais felizes;
  • De acordo com uma ampla pesquisa da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, ser otimista na meia idade pode somar bons 7,5 anos à expectativa de vida;
  • Por último e não menos importante, uma pesquisa da Etalent, com apoio da Catho, mostrou que apenas 39% dos profissionais brasileiros se declaram felizes em seu atual trabalho.

De forma ilustrativa, imagine um universo com 1.000 profissionais. Desses 1000 profissionais, teremos praticamente 600 deles infelizes com seus trabalhos. Impressão minha ou é muita gente infeliz? Ou será que essas pessoas conseguem ser felizes na vida pessoal e infelizes na vida profissional? Tem algo estranho, não é mesmo?

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Para tentar encontrar um caminho em direção à felicidade no trabalho, vamos pedir ajuda para a pesquisadora da escola de negócios de Nova York (Yale), Amy Wrzesniewski. Amy diz que quando pensamos em trabalho, profissão, podemos ter 3 orientações, ou 3 itens que movem o ser humano:

  1. Orientação para emprego: esse é o tipo de pessoa que tem apenas o objetivo de receber seu salário no final do mês. Faz uma troca direta entre o seu esforço e a remuneração. O resultado disso é que seu trabalho não produz um significado, servindo apenas para sua sobrevivência. Essa pessoa não vê a hora de chegar em casa e de se aposentar. O trabalho é pesado na maioria das vezes;
  2. Orientação para carreira: aqui estão os profissionais que já começam a pensar um pouco mais em carreira, em crescimento e em alcançar uma nova posição. Porém, não generalizando, muitas vezes essa ambição de crescimento se dá apenas pelo fato da pessoa querer status, posição social, algo que a sociedade diz e prega que é o caminho do sucesso (não sei de onde tiraram isso, mas tudo bem);
  3. Orientação para chamado: é nesse nível que as pessoas começam a ter grandes possibilidades de se sentirem muito bem no trabalho. É a famosa vocação, que na origem da palavra representa “chamar”. Daí o nome dessa categoria: chamado. Seria o reconhecimento de um chamado para a felicidade? Pessoas que estão nesse nível reconhecem a importância do seu trabalho para a construção de um mundo bem melhor, pois fazem o que amam. Encontraram um propósito maior em suas profissões.

Talvez seja por isso que a gente consegue encontrar em nosso dia a dia as domésticas que nunca tiram o sorriso do rosto, os pedreiros que passam o dia assoviando ou os garis que limpam enquanto dançam.

Por outro lado, encontramos executivos infelizes, cheios de problemas nos relacionamentos e na justiça. Obviamente que nunca podemos generalizar, mas uma coisa é fato: o que as pessoas têm (Ter) está muito longe de significar felicidade. O único fator determinante é o que as pessoas são (Ser)!

E sobre o segredo da felicidade no trabalho? Acredito que as palavras aqui colocadas são suficientes para você construir sua própria resposta. Um abraço e muito sucesso! Até a próxima.

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Foto “Happy at work”, Shutterstock.

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