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Cartão de redes varejistas: quais as vantagens e desvantagens?

by Criando Riqueza
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Toda vez que vou em alguma dessas lojas de departamento, sou abordada no caixa ou na saída por alguma vendedora, tentando me vender o cartão de crédito da loja. Isso já aconteceu com você? Eu topei fazer o meu para explorar as vantagens e desvantagens, e vou te contar.

Logo de cara, reparei nas seguintes vantagens anunciadas pelas varejistas para conquistar o interesse do público: gratuidade na adesão, descontos nas lojas, maior possibilidade de parcelamento, frete grátis em compras on-line, promoções exclusivas, consultoria virtual e descontos em espetáculos patrocinados pela loja. Tem um pouco de tudo para chamar a atenção dos clientes.

Mas que bom seria se fosse tudo tão fácil, não?

Os benefícios podem estar escondendo as taxas de juros cobradas por algumas instituições e outros custos de serviços adicionais. Não sei se você sabe, mas o interesse das redes varejistas em facilitar o crédito não é aleatório. Essas operações ajudam a engordar suas receitas, embora a crise brasileira esteja prejudicando a venda de produtos e serviços financeiros.

Caso prático

Peguemos como exemplo o Magazine Luiza, empresa listada em Bolsa que tem, desde 2001, uma financeira, a LuizaCred, fruto de uma associação com o Itaú Unibanco.

No último balanço financeiro, a empresa informou o seguinte:

“Em 2015, mesmo com taxas de aprovação mais conservadoras, a Luizacred evoluiu sua base de cartões em 3,9% para 3,6 milhões, e cresceu a carteira do Cartão Luiza em 6,5% para R$ 3,8 bilhões.”

O cartão de crédito é o principal produto da financeira e tem a bandeira MasterCard.

Para ter acesso a ele, é necessário ter renda mínima de R$ 800,00 e pagar anuidade de R$ 81,00 (no caso do cartão “preferencial”; no “ouro”, não há cobrança de anuidade). As vantagens citadas pelo Magazine Luiza englobam um limite maior para parcelar os gastos, ofertas exclusivas, cartões adicionais e parcelamento da fatura.

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Mas não existe almoço grátis

É possível, sim, parcelar as compras em até 24 vezes, mas você está sujeito à incidência de encargos, ou seja, juros e IOF. Não há necessariamente vantagem em relação a outros tipos de cartões. Confira o contrato:

“Se você pagar uma quantia inferior ao pagamento mínimo ou não realizar o pagamento até a data do vencimento da fatura, você estará em atraso e deverá pagar os seguintes encargos: Juros (indicados no campo “Juros Contratuais Máximos” da Fatura) e IOF sobre o valor não pago, acrescidos dos encargos de atraso: (i) multa de 2%; e (ii) juros moratórios de 1% ao mês, todos desde a data do vencimento da fatura anterior até seu pagamento total ou até a data de corte da próxima fatura, o que ocorrer primeiro.”

Risco de descontrole

“Contrate agora o cartão Luiza e dê uma força para o seu orçamento”, anuncia a rede. Mas a possibilidade de parcelar em muitas vezes as compras e de comprometer o limite do cartão apenas com o valor da parcela, não da compra cheia, é uma enorme tentação para o descontrole. É preciso cuidado redobrado para não ficar inadimplente!

E vale ainda ficar atento às taxas de juros cobradas. O Banco Central tem uma tabela atualizada com as taxas mensais e anuais cobradas das pessoas físicas no cartão de crédito parcelado.

A LuizaCred aparecia em 7º lugar no ranking de maiores taxas no período de 11 a 15 de abril, com juros mensais de 10,30% e anuais de 224,40%. Vale também analisar os custos do crédito rotativo.

Conclusão

O que pude constatar, olhando diversos contratos de cartões de crédito oferecidos por redes varejistas, é que a fácil adesão, a baixa exigência de renda, os descontos nas lojas próprias e a facilidade de parcelamento, justificam grande parte do interesse dos clientes.

Por outro lado, o baixo limite de crédito no início (com o tempo, se você comprovar renda maior, deverá conseguir expandir esse limite), a ausência de pontuação revertida em milhas e os custos muitas vezes mais altos que os de cartões “tradicionais” pesam contra esse mercado.

Antes de adquirir um desses cartões, portanto, analise as condições, os custos embutidos e veja se vale a pena se comprometer.

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Nota: Esta coluna é mantida pelo Criando Riqueza, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.

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