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Dinheiro, Contratos, Leis. Nada disso. É a confiança que move o mundo

by Renato De Vuono
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Olá amigo, como vai? Embora essa seja uma pergunta retórica, eu espero que esteja bem. Antes de ir adiante, convido você a assistir esse vídeo:

Você já havia pensado nisso? É interessante como nós (a raça humana) somos chegados a uma ilusão para dormirmos tranquilos. E existe o top 3 das ilusões humanas: controle, segurança e verdade absoluta.

Pode espernear, jogar pedras, fazer o que quiser, mas a realidade é essa: você não controla nada, você jamais está seguro e a verdade é relativa. Falei sobre isso no post “você, o acaso e a ilusão da garantia“, dê uma olhada.

Agora, se nada disso é real e tudo faz parte da Matrix, como a sociedade não colapsa? Pois existe algo que, embora não seja tangível e, sob muitos aspectos também é ilusório, que é a confiança.

Todas as relações que vivemos em nosso dia a dia são baseadas nesse sentimento. E, toda vez que esse elo é quebrado, há distúrbios no “equilíbrio da força” (momento nerd).

Isso pode ser um pequeno distúrbio em uma relação pessoal, ou um pouco maior em uma pequena sociedade, ou de proporções globais, como vemos repetidamente a cada crise que passamos.

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Você notou, inclusive, que as crises econômicas estão mais frequentes? Tivemos em 2008 e estamos vivendo períodos “estranhos” desde 2014 (embora, fora do Brasil, ninguém assuma de fato a crise).

Não demorará muito e virá outra (não duvide). Isso prova que, mais do que fatos concretos, todas essas crises são de confiança.

E quando a confiança mundial está abalada, seja nos sistemas financeiros, o governo ou nas raça humana, vemos o “efeito manada” do pânico desenfreado.

Bolsas desabam, o comércio para, pessoas não saem de casa. Um efeito em cascata de coisas ruins que, no fim, afeta a nós mesmos. Dica de filme: Contágio. E veja o poder do pânico.

Pensemos em 2008, a crise do “subprime” nos Estados Unidos. Começou com a quebra de dois grandes bancos do setor imobiliário, Fannie Mae e Freddie Mac. Depois veio o Lehman Brothers. E a coisa toda desandou.

Tudo isso pra só isso?

Pare e pense friamente comigo. A população dos Estados Unidos tinha cerca de 300 milhões de habitantes naquela época, ante quase 7 bilhões de pessoas no mundo.

Estamos falando de 3 bancos num universo de dezenas, dos quais, no mínimo 10, eram infinitamente maiores que esses 3.

Depois, entre 300 milhões de pessoas do país, estima-se que não mais que 20% tinha hipotecas múltiplas. E se, compararmos essa amostra, a um universo de 7 bi de pessoas, é quase nada.

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O que aconteceu então?

A velocidade da luz das comunicações é a mesma velocidade na qual o pânico é disseminado. Quebrava-se ali uma das crenças mais antigas do mercado americano: que o investimento mais seguro que existia eram os imóveis.

Resumindo: a confiança em um sistema secular fora quebrada, e as pessoas entraram em pânico. Em tempo: o que prova que toda unanimidade é, de fato, burra.

Mas, se há quem perca dinheiro, na outra ponta, há quem ganha. E são justamente aqueles que não entraram em pânico (a minoria da minoria). Sorte? Não, preparo.

O que quero dizer é, racionalmente, nenhuma crise que vivemos teve motivo “real” para existir. Como as guerras também não tiveram e assim por diante.

Crise real será o dia que faltar água e comida. O resto, foi tudo fabricado pela emoção, seja dos que se comportam como gado, ou daqueles que apertam o botão.

Você assina cheques em branco todos os dias

Não amigo! Contratos, leis, o governo, a polícia, nada disso faz ninguém cumprir nada. Quando você abre a conta em um banco, você confia a eles seu dinheiro, e eles a você o crédito. Você dá a grana e eles uns bytes na tela do seu celular. Quer confiança maior?

No fim, com todas as leis do mundo, o que faz o “acordo” ser cumprido é o caráter de cada um, e o que rege isso tudo é a confiança. Vai explicar para um homem das cavernas que um pedaço de papel e um rabisco são garantia de alguma coisa.

Cada vez que contrata um serviço, seja de telefonia, bancário, internet, você está assinando um cheque em branco.

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Por exemplo, quem garante que aqueles “megas” que a empresa de internet disse que você consumiu, foram de fato consumidos?

Onde está a prova? Um aplicativo no celular que mostra seu consumo? A conta que vem no final do mês? Viu só? Um cheque em branco.

Eles dizem que você gastou, você acredita e paga. O dia que não confiar mais neles, vai procurar outra prestadora.

Conclusão

No fim, estimado amigo, essas ilusões nos aprisionam. Você precisa “sair da Matrix” se quiser estar do lado daqueles que vendem o lenço quando todos os outros estiverem chorando.

A próxima crise de confiança vai chegar. Aliás, o mundo já anda ressabiado além da conta. Notou o grau de animosidade que permeia as redes sociais?

Assim, se você não se preparar, vai acabar mais uma vez na ponta perdedora (até que um dia não haverá mais vencedores). Esqueça a ilusão, se concentre na ação.

Quer ser diferente, quer enriquecer, empreender? Lembre-se que não há garantias. Correr risco faz parte do jogo e desconstruir os mitos sociais idealizados é questão de sobrevivência. Mãos à obra e até o nosso próximo encontro!

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