Vou contar uma história simples, que aconteceu recentemente, e que ilustra bem o que é a Educação Financeira.
Minha mulher me contou que no restaurante em que ela almoça todos os dias, existe uma condição diferenciada para quem paga a conta em espécie, ou seja, em dinheiro vivo. Funciona assim: se o cliente paga em espécie, não usa cartão de crédito ou débito, ele ganha 5% de desconto no valor da conta.
E vale a pena? Ela também quis saber.
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Ora, vamos fazer a seguinte análise: imagine que ela gaste R$ 25,00 por dia; com 5% de desconto, isso fica em R$ 23,75 apenas R$ 1,25 a menos. Você pode pensar, “isso é bobagem, não vou ficar carregando dinheiro na carteira para ganhar R$ 1,25 por dia. Não paga nem o café”.
Claro, compreendo se sua decisão for essa, mas eu gosto sempre de provocar um pouco. Vamos pensar a respeito do que isso pode representar no longo prazo.
Eu não pagaria em dinheiro se não almoçasse lá todos os dias. Se fosse uma vez na vida, não pensaria, pegaria o cartão de crédito e pagaria. Gosto de concentrar meus gastos todos no cartão, pois além de aumentar minhas recompensas no programa de milhas, ainda tenho o benefício de uma vez por mês saber o quanto gastei, e isso facilita meu controle.
Mas, se eu almoçasse lá todos os dias, ou a maioria dos dias, sim, eu pagaria em dinheiro, iria ao caixa eletrônico, sacaria o dinheiro para a semana e pagaria sempre dessa forma. Sabe por quê? Veja este comparativo:
5% todos os dias significa que em 20 dias (5% x 20 = 100%) eu teria um almoço grátis! Se ela trabalha de segunda a sexta, são 5 dias por semana; logo, ela almoça 5 dias x 4 semanas = 20 dias por mês.
Em um ano, temos 52 semanas. Multiplicando 52 semanas por 5 dias (de cada semana), teremos um total de 260 dias trabalhados. Se a cada 20 dias, um almoço sai de graça, então dividimos 260 por 20 e teremos 13 dias.
E 13 dias são 65% de um mês de trabalho (20 dias). Finalizando, economizando 5% em cada refeição, ela terá mais de 2/3 (65%) de um mês de trabalho de refeições de graça. Imagine se você economizar todos os dias um pouquinho, quais seriam os efeitos disso no longo prazo?
Leitura recomendada: Passar a vida poupando não é sinônimo de riqueza (deixem o cafezinho em paz)
Educação financeira é isso: buscar uma melhor qualidade de vida, tanto hoje, quanto no futuro, proporcionando a segurança material necessária para aproveitar os prazeres da vida e, ao mesmo tempo, obter uma garantia para eventuais imprevistos.
Educação financeira é pensar em você no futuro, é olhar para você nesse futuro e ter um pouco de carinho consigo mesmo lá na frente. Este pequeno texto faz parte do meu novo livro, “O inédito viável na Educação Financeira: Dinheiro Caro, filosofia barata”, que será lançado em 28/11/2016.
Você concorda comigo? O que acha? Deixe sua opinião no espaço de comentários abaixo. Obrigado e até a próxima!