Vira e mexe sou abordado por jovens que, como eu alguns anos atrás, estão perdidos em relação ao que fazer, como agir em relação aos desafios profissionais, ambições pessoais e a escolha de uma profissão.
Em muitos casos, são tantas as “informações” e “observações” apontadas, que chego a pensar que há um verdadeiro caos envolvendo as escolhas e decisões dos mais novos em relação ao presente; certos casos são emblemáticos a ponto de parecer existir uma espécie de conspiração para que nada dê certo.
Serei objetivo e direto: se você é jovem, ainda não sabe bem o que quer da vida profissional, mora com os pais e está simplesmente perdido em relação ao futuro, sugiro que comece a trabalhar.
O seu maior desafio não é ser alguém, é simplesmente SER. E para ser você precisa agir.
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“Trabalhar? Como? Se eu ainda não me decidi e não gostei das coisas que tentei até agora, não tenho experiência para nenhum emprego ou coisa do tipo”. Eu disse trabalhar, não procurar emprego ou encontrar um passatempo.
Você pode ser voluntário em uma enormidade de lugares e empresas, inclusive aquelas com fins lucrativos. Você pode trabalhar criando seus próprios produtos para depois vendê-los por aí. Nas ruas. Em lojas. Pela Internet. Conheço muitas pessoas (jovens) que faturam alto com isso, sem sequer serem notadas pelos outros.
O trabalho não é algo que aparece; não é algo que simplesmente existe (ou não existe); também não é algo que alguém deixa na sua caixa de correio. Trabalho também não é uma chance que alguém leva (correndo) até você. O trabalho, meu jovem, é uma escolha.
Essa escolha traz consigo pressupostos importantes para as próximas etapas da vida. Você conhecerá novas pessoas e profissões, além de diferentes tipos de atividade. Você lidará com clientes, pessoas com necessidades de todo jeito e problemas reais que precisam de soluções decentes.
Faça uma analogia com a necessidade de escolher diante de portas fechadas ou mesmo bifurcações e encruzilhadas. Você pode ficar ponderando durante um tempão diante das alternativas ou pode simplesmente decidir-se por um caminho e enfrentá-lo. Você abriu mão de outro caminho, mas seguiu adiante.
Esqueça o ingênuo pensamento de que é possível analisar prós e contras de toda e qualquer decisão a ser tomada em relação ao trabalho, escolha da profissão e projetos de vida. As variáveis envolvidas são muitas e isso só o fará permanecer paralisado.
Eu costumo defender que vale mais experimentar, recomeçar, ter duas ou três profissões ao longo da vida, cada uma delas com seus desafios, ciclos, realizações e história do que viver uma vida “preso” a uma escolha infeliz, minando a coragem para realmente fazer diferente.
Lembre-se: você é jovem. Quando você decidir desplugar-se das entediantes noites com a cara “plantada” no Youtube ou no Netflix para acordar cedo e sair para trabalhar; para conversar com gente no melhor estilo “cara a cara”; para lidar com pressão, frustração, você começará a experimentar a realidade como ela é, não como gostaria que ela fosse.
Desprender-se do conforto do ninho, optando por sair da sua zona de conforto fará de você alguém capaz de arriscar mais, bem como aprender melhor e realizar qualquer coisa com a ambição necessária para fazer a diferença.
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Quem é realmente fera em alguma coisa geralmente é assim porque é capaz de superar desafios e dificuldades. Uma afirmação óbvia, concordo, mas olhe para isso de outra forma: este tipo vence porque foca nos seus pontos fracos, nas questões ainda não superadas. Dor. Sacrifício. Dedo na ferida. Ao agir assim, “cria casca” e se fortalece.
A esta altura, tudo isso pode parecer um papo de quem quer apenas “cagar regras” e apenas provocar os pivetes, mas na verdade trata-se de uma enorme lição que aprendi ao encarar meus próprios fantasmas, a terapia e o TDAH: para encarar de verdade qualquer desafio, é preciso libertar-se do julgamento.
Muita gente não se mexe porque está “preocupada com o que os outros vão pensar” ou “porque imagina o que minha família vai dizer se souber que eu sou voluntário aqui ou ali”. Melhor não fazer isso “porque posso ser taxado de interesseiro ou cara de pau”.
Desculpas. Distrações. O tempo vai passando, mas sem amadurecimento real capaz de traduzir-se em experiência, bom senso e capacidade de realização. É como se a idade fosse avançando, mas sem seu peso habitual, o que se traduz em uma armadilha mortal: logo ali, no futuro, todo o peso da negligência cairá de uma vez sobre a cabeça.
Ok, há quem prefira esconder-se nas expectativas dos outros (e manter-se um eterno adolescente) a ser feliz à sua maneira, sempre com determinação, garra e disposição para pagar o preço desta escolha. Somos livres para decidir como viver, mas precisamos ser responsáveis o suficiente para arcar com as consequências dessas atitudes.
Escolha. Para quem está começando a vida, esta escolha chama-se trabalho. Qualquer trabalho. Ao lidar com o desconhecido, com o desafio fora de casa, com responsabilidades, cobranças, horários, regras e expectativas (dessa vez dos outros sobre si), começamos a nos abrir para os desafios.
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Com o trabalho, as coisas não serão mais como antes. Você aprenderá que uma escolha implica deixar outra coisa de lado (divertir vai ter que esperar); que o tempo e o dinheiro são finitos (seu mundo de consumo será diferente); e que seus problemas não são os maiores do mundo (longe disso!).
Finalmente, você entenderá que para crescer é preciso abrir mão de querer ser alguém porque isso vai impressionar Fulano ou Cicrano para simplesmente ser alguém capaz de fazer alguma diferença de verdade.