Vivemos em um país, onde o tema educação financeira não é comumente tratado nas escolas e muitas vezes, não há diálogo sobre o tema nem mesmo dentro de casa.
A falta de familiaridade com esse tema leva muitas pessoas ao mal-uso do dinheiro, a não conhecer sobre investimentos e ao endividamento constante durante sua trajetória de vida, culminando ao ponto de ao se aposentar, não conseguir manter o padrão de vida que tinha quando estava ativo no mercado de trabalho.
A consequência desse comportamento, muitas vezes, é que essa pessoa precisa continuar trabalhando, por total necessidade, ou acaba dependendo da ajuda de familiares para sobreviver. É triste, mas é a realidade de muitas pessoas.
O fato, é que, com a cultura consumista e imediatista que nós temos, se torna uma tarefa muito difícil nos livrarmos dos (maus) hábitos, já enraizados, e aceitarmos uma mudança em nosso comportamento em relação ao dinheiro. Por muitas vezes, essa cultura chega a ser impeditiva ao redirecionamento financeiro e à adoção de boas práticas de utilização do dinheiro.
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E de onde trouxemos esses hábitos?
Talvez você não saiba, ou até saiba inconscientemente, mas a verdade, é que todos nós temos um modelo financeiro. Uns possuem um modelo financeiro em que, tudo o que ganham, gastam. Outros possuem um modelo um pouco pior, onde gastam além do que ganham e outros, por fim, possuem um modelo mais poupador, que conseguem poupar e investir parte do que ganham.
Portanto, cada pessoa tem o seu modelo financeiro. Podemos dizer que a maioria desses modelos está associada às influências de nossos pais, sociedade e mídias, e que, de alguma forma, esses modelos acabam sendo “impostos” e a tendência natural é segui-los, sem questionamento, ao invés de criarmos um modelo próprio condizente à nossa realidade.
Como descobrir o seu modelo financeiro?
Para você descobrir o seu modelo financeiro atual, basta fazer uma reflexão: pense nas histórias envolvendo dinheiro que você vivenciou e que marcaram sua memória. Pense em tudo o que você ouviu sobre dinheiro quando criança, qualquer episódio emocional sobre dinheiro que vivenciou. Pense também o que o dinheiro representa para você: prazer, liberdade, segurança, status? Tudo isso vai lhe ajudar a entender seu atual modelo financeiro.
Após uma boa reflexão do que o dinheiro representa para você, faça uma análise, se o modelo financeiro que você pratica realmente está de acordo com o seu objetivo de vida, com suas expectativas, ou se o mesmo, não está mais voltado a um modelo que você herdou dos seus pais, da sociedade ou da mídia, que acabamos absorvendo involuntariamente e seguimos com a ilusão de que só existe essa forma de viver e pensar sobre dinheiro.
Se você conseguiu entender que o seu atual modelo financeiro está, de fato, errado, ainda a tempo de corrigi-lo.
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O primeiro passo é identificar que há algo a ser corrigido
A partir do momento em que você tomou consciência de que é preciso mudar, buscar informações e aprender como usar o dinheiro de forma inteligente, fica muito mais fácil aceitar a mudança e ir à busca de uma vida muito mais próspera financeiramente.
O segundo passo é entender o porquê, da necessidade de mudar
Entender que algo está errado, que as atitudes tomadas estão levando a caminhos contraditórios do qual você gostaria e seu futuro pode estar comprometido financeiramente, são as chaves fundamentais para uma transformação na sua vida financeira.
Harv Eker, diz em seu livro, Os segredos da mente milionária que “Se você quer mudar os frutos, primeiro tem que trocar as raízes”. Isso faz muito sentido em qualquer área de nossas vidas, ou seja, se você quer resultados diferentes, faça as coisas de forma diferente.
O terceiro passo é se desvincular do pensamento inadequado
Desvincule-se do seu modelo financeiro inadequado e deixe-o no passado. A partir de agora, você vai criar um novo modelo financeiro, diferente, que lhe proporcionará entre muitas coisas, um futuro financeiro mais próspero e com qualidade de vida.
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Tenha disciplina e paciência
Para que você consiga lidar com essas mudanças em sua vida, será necessária uma boa dose de disciplina e paciência. Sem essas duas ações, é praticamente impossível alcançarmos qualquer objetivo. É preciso manter foco e não desistir.
A disciplina faz parte em qualquer área em nossa vida. O atleta que foi campeão só conseguiu êxito por que teve muita disciplina, a pessoa que conseguiu perder o peso que pretendia só teve êxito por que também teve disciplina. Sem disciplina dificilmente você chegará ao resultado final. E, na área financeira a figura disciplina, também tem que estar presente.
Vamos supor que você esteja com 20 anos hoje, e quer se aposentar aos 40 anos, para isso, deverá ter muita disciplina. Você deverá criar um orçamento, manter o controle atualizado, anotando tudo com muita eficiência e ter paciência para seguir com o planejamento ao longo do tempo, até obter os resultados financeiros desejáveis. Por isso, comece criando metas, de curto, médio e longo prazo, e a cada conquista, dê a você mesmo, recompensas no curto prazo para seguir motivado nessa trajetória.
Portanto, mesmo que tenhamos uma cultura com forte predominância ao consumismo, endividamento e falta de consciência financeira, a partir do momento em que você toma a decisão de assumir as rédeas da sua vida financeira, é possível estabelecer um novo modelo financeiro, que rompe as questões de herança social ou influências midiáticas.
Reforçando que a disciplina será fundamental para alcançar os objetivos estabelecidos ao longo da vida e, portanto, ao seu sucesso financeiro.