Home Finanças Pessoais Silencie: Ninguém escuta a própria voz em meio à gritaria dos outros

Silencie: Ninguém escuta a própria voz em meio à gritaria dos outros

by Janaína Gimael
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Não sei como você tem se sentido nas últimas semanas ao entrar nas redes sociais. Se for como eu, provavelmente deve ter a sensação de estar em meio a uma batalha, na qual diversos lados são defendidos ou atacados fortemente e há ofensas e informações, muitas vezes sem cabimento, para lá e para cá. Este fim de semana resolvi, inclusive, não entrar no Facebook. Fiz um detox das opiniões alheias e tentei resguardar as energias para a semana que entrava.

Você já deve ter ouvido aquela frase que diz que não adianta gritar se o outro não quer ouvir (ou algo parecido). Realmente acredito que em alguns momentos, mais do que gritar, é preciso silenciar. Afinal, ninguém escuta a própria voz, consegue avaliar as coisas sabiamente ou comparar argumentos quando está em meio à gritaria dos outros. É impossível.

Silenciar é importante em diversas ocasiões na vida. Sabe aquela ideia de que não se deve espalhar ideias antes de se tomar decisões de fato porque pode dar errado? Não é à toa. Uma amiga terapeuta costumava dizer que em alguns momentos teremos que dividir algumas coisas – mesmo que temporariamente – somente com nós mesmos. Ou para não ser tão radical, apenas com uma ou outra pessoa que consideremos adequada para nos ouvir sem interferir negativamente.

Vamos a alguns exemplos práticos: Você está pensando em abandonar um emprego estável para abrir um negócio (já aconteceu comigo). E você tem certeza que é o que quer da vida e já avaliou todos os prós e contras, mas resolve contar a ideia para todo mundo. Se fizer isso, provavelmente ouvirá todos os tipos de opinião, inclusive as daqueles que morreriam de medo de fazer o que você pretende e, com tantos temores e ideias negativas, também acabam fazendo com que você balance nas suas decisões.

O mesmo pode acontecer em tantas outras situações: desde morar fora do país, ter mais um filho, aceitar um pedido de casamento, comprar um carro e, pasmem, até pedir opinião sobre um corte de cabelo. Outro dia vi um post onde uma menina fazia isso. “Corto curto ou não corto?”. Foi o suficiente para se armar uma batalha entre defensores e críticos do cabelo curto. Ufa! Afastemos de nós este tipo de energia que não agrega!

É preciso considerar também que serão tantas as decisões importantes que a gente deverá tomar levando em conta especialmente o que queremos da vida e do futuro, que a primeira pessoa a ser muito bem ouvida nestes casos deve ser a gente mesmo. Ou, se houver dúvidas, alguém em quem a gente confia, que possua argumentos válidos e uma história de vida para nos oferecer opiniões que farão diferença, e não informações sem sentido como tem acontecido por aí, o tempo todo.

Até mesmo com os investimentos é assim. É por isso que não há receita pronta, mas muito estudo e análise para que se conheça desde o perfil de cada investidor até sua aversão ao risco e seus objetivos. Nenhum especialista que se preze vai sugerir, por exemplo, uma carteira de alto risco para um investidor super conservador. É por isso que estudar e se informar é sempre muito válido para poder entender, aceitar ou retrucar informações.

Além disso, ressaltemos que cada um é de um jeito e as decisões devem ser individuais. É por isso que precisamos de momentos que nos permitam ouvir com calma, comparar, avaliar com sabedoria, e não no meio de um tiroteio verbal, notícias falsas e agressões.

E se notarmos que o outro está enganado, que não é bem por aí, que está tomando decisões sem saber muito bem porquê, podemos nos disponibilizar a oferecer informações para que ele tome suas decisões de forma coerente, com sabedoria, mas nunca na base da agressão. Como disse lá no começo e todo mundo sabe, não há quem consiga ouvir alguma coisa em meio à gritaria. Não funciona. Pode até fazer efeito contrário!

Portanto, se for preciso, em momentos assim, afaste-se um pouco, recupere a sanidade que o barulho levou, e volte pronto para decidir e seguir a caminhada. Aquela mesma amiga terapeuta que eu citei em algum momento do texto também dizia que em algumas ocasiões vale fingirmos que estamos dentro de uma bolha.

Difícil, com certeza. Mas se fosse fácil não estávamos aqui neste aprendizado diário, não é mesmo? Vamos juntos? E toda sorte do mundo em nossas decisões! Afinal, além de sabedoria, não custa nada pedir sempre um pouco mais de sorte para as coisas darem certo!

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