Você de bem com o dinheiro. Conhecimento, atitude e equilíbrio são essenciais.
Lidar bem com dinheiro é uma habilidade necessária e que pode ser aprendida. Nem sempre, porém, a conquista de uma vida financeiramente equilibrada tem a ver com o conhecimento que se tem sobre o tema. Viver de bem com o dinheiro é também aprender sobre ele.
Muitas vezes há quem saiba muito na teoria, mas faça pouco na prática. E o contrário também acontece: quantos nunca tiveram acesso a lições de educação financeira, mas conseguiram atingir seus objetivos?
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Certa vez contei aqui no Dinheirama a história de um senhor que conheci durante uma viagem ao nordeste. Ele, que havia trabalhado como motorista de ônibus em São Paulo durante anos, decidiu, ao se aposentar, voltar para o Recife (sua cidade natal) para ter menos gastos e mais qualidade de vida.
Ao longo dos anos, guardou dinheiro e construiu uma casa no Tatuapé, que alugava. Também tinha o dinheiro da aposentadoria e contava com um terreno perto da praia onde já estava construindo uma outra casa para alugar e gerar mais renda extra.
Nas horas vagas, ele vendia sorvete. Mas só quando queria, pois precisar, “não precisava não”, conforme contou. E me falou de toda a sua história com um belo sorriso no rosto! Ele vive de bem com o dinheiro. É ou não uma vida bem planejada financeiramente?
Quis contar essa história de novo, pois ela é apenas uma das tantas que já vi por aí. Ela mostra que para lidar bem com as finanças não necessariamente é preciso ter muito dinheiro. Pelo contrário, às vezes quem tem menos é que acaba tendo que saber equilibrar melhor!
Por isso, é sempre válido ouvir e perceber as histórias de ambos os lados da moeda, percebe? Há aprendizado em todos os cantos e vale aprender o que faz sentido dentro da sua realidade. Para viver de bem com o dinheiro, precisamos aprender.
De bem com o dinheiro: isso nem sempre significa vida equilibrada
Mas como entender por que alguns conseguem equilibrar melhor as finanças, guardar, investir e outros, mesmo tendo todas as ferramentas nas mãos, não saem do vicioso círculo das trapalhadas financeiras?
Ou, ainda, até não se atrapalham, mas não conseguem juntar mais que determinado valor? Não conseguem realizar sonhos que, se planejados, poderiam ser facilmente realizados?
Bem, acho que cada história é uma história e provavelmente seriam necessários anos de pesquisa, estudos e muito trabalho terapêutico para conseguir respostas satisfatórias. Não é o meu objetivo aqui.
Por outro lado, gostaria de convidá-lo, querido leitor, a um exercício de reflexão sobre o papel que possa estar desempenhando nas diversas áreas de sua vida e que pode não estar favorecendo essa parte.
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De bem com o dinheiro: os papéis que não nos favorecem
Você já pensou que costumamos ocupar papéis diferentes na família, trabalho ou entre amigos? E que muitas vezes esses papéis são estabelecidos lá atrás, quando somos crianças? Sempre há um bonzinho, que faz tudo certo e precisa ajudar a todos. Assim como existe aquele que faz tudo errado e de quem nunca se espera muito?
Pois bem, quando assumimos papeis que não escolhemos e crescemos tendo que desempenhá-los, é possível que nossa situação financeira também seja prejudicada.
O bonzinho, por exemplo, sempre fará mais pelos outros do que por si próprio. Muitas vezes não saberá falar não e aguentará trabalhos de que não gosta para não decepcionar. Nesse contexto, pode não conseguir guardar dinheiro, realizar sonhos, ter vontade de crescer em vários aspectos, pois se sentirá “egoísta” ao pensar em si mesmo.
Já a “ovelha negra” pode até pensar em tentar fazer diferente, mas a sua reputação já é tão ruim, que talvez ele próprio comece pensando que vai dar errado. Ou seja, para que sonhar, para que guardar, para que investir?
É sempre possível mudar para ficar de bem com o dinheiro
O fato é que somos seres humanos e carregamos conosco uma série de traumas, crenças, sentimentos que vão se solidificando ao longo da vida. Naturalmente que não é fácil mudar tudo isso! Mas se você chegou até aqui, que tal refletir sobre os papeis que ocupa e avaliar se eles não têm te prejudicado de alguma forma?
É possível fazer pequenas mudanças lembrando que todos os dias nascem novas chances de se fazer algo diferente! Aproveite esse período de isolamento em que a reflexão já tem sido mais necessária e tire uns minutos para pensar sobre o que coloquei aqui. Pode ser que surjam insights importantes. Boa sorte!
Foto: Pexels.
