Ultimamente percebo um grande volume de queixas vindas de empresários acerca da motivação de seus funcionários. Costumo dizer a eles que antes de traçarmos estratégias para motivá-los precisamos primeiro saber qual a influência da empresa nessa falta de motivação. Tudo porque a motivação é um fator interno do ser humano e, por isso, muito subjetivo.
Um dos estudos realizados sobre o tema foi feito pelo psicólogo americano Abraham Maslow (1908-1970), que apresentou a hierarquia das necessidades humanas – hoje base científica onde se apóia grande parte das pesquisas sobre motivação (imagem abaixo). Esse pesquisador constatou que o ser humano possui uma escala de necessidades básicas que precisam ser atendidas e que elas estão sempre presentes e costumam variar em intensidade, de acordo com o momento vivido por cada indivíduo.
A figura mostra a escala das necessidades humanas, sendo que as fisiológicas e de segurança são primárias e devem ser supridas para que o indivíduo possa se desenvolver e buscar aspirações maiores. Motivação é ter motivos para agir, desejo interno de realização. As motivações variam muito de indivíduo para indivíduo em um mecanismo altamente complexo.
Um salário justo é o mínimo que a empresa deve oferecer para o funcionário, um valor capaz de atender às suas necessidades básicas. Mas não é só o fator salarial que costuma motivar os funcionários. O professor Luiz Marins alerta que as “empresas podem criar contingências necessárias para a motivação, criar um clima em que os indivíduos sintam-se motivados a empreender e fazer o que é necessário”. Segundo ele, os principais fatores motivacionais são a autonomia e a iniciativa.
No entanto, as empresas comprometem a motivação dos funcionários quando não oferecem a autonomia necessária para que eles possam exercer sua criatividade. Aliada a esse fator, a iniciativa também é afetada, pois não há um incentivo nesse sentido. Todos nós precisamos de desafios, de sermos postos à prova. No final, o sentimento de realização é um fator motivacional para seguir em frente e querer mais.
“O músico precisa fazer música, um artista tem que pintar, um poeta de escrever para que ele esteja em paz consigo mesmo. O que o homem pode ser, ele tem que ser. Ele precisa ser verdadeiro com sua própria natureza. A esta necessidade podemos chamar de autorealização. Acredito em autorealização como sendo o crescimento da pessoa na direção daquilo que ela gosta de fazer.” – Maslow
A verdade é que em relação à motivação não existe mágica. A maior ou menor disposição para realizar algo é composta de implicações pessoais que, combinadas com um ambiente favorável, provocam ou não a vontade de aprender, trabalhar e construir.
Retomando os estudos de Maslow, veja abaixo os itens que devem ser cuidados pelas empresas para atender às necessidades dos funcionários e, com isso, proporcionar um ambiente capaz de motivá-los:
- Fisiológicas: salário adequado e benefícios;
- Segurança: treinamento, desenvolvimento de competências, ampliação dos conhecimentos;
- Sociais: festas de confraternização, trabalho em equipe, grêmio, congressos;
- Estima: reconhecimento do trabalho, elogios, mudança de cargo, participação em eventos importantes, autonomia, gestão participativa;
- Autorealização: algo muito particular e ainda objeto de estudo das ciências. Talvez a satisfação por ter realizado ou atingido os níveis anteriores e o desejo de aprender sempre.
Pense em sua vida e nos motivos que levam você a agir. Compartilhe conosco suas idéias e experiências em torno da motivação em seu ambiente de trabalho. Um abraço e até o próximo artigo.
Crédito da foto para FreeDigitalPhotos.net.