Março foi o mês do dólar. Diante do agravamento da crise norte-americana, das notícias de mais problemas com diversos bancos e da indefinição da política econômica ianque, ganhou quem atrelou seus investimentos às moedas internacionais. Só no mês passado o dólar subiu 3,7%. O euro, moeda ainda mais robusta, subiu cerca de 7,9% em relação ao real e 4,3% em relação ao dólar.
Por que?
O dólar está fraco e a variação das moedas estrangeiras acontece devido ao turbulento cenário apresentado nos EUA. Março mostra bem a reação do mercado diante do problema. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 3,97% no mês. O ranking das rentabilidades ficou assim desenhado:
- Dólar: + 3,67%
- CDB pré-fixado: + 0,89%
- Fundos DI: + 0,88%
- Fundos renda fixa: + 0,79%
- Poupança: + 0,54%
- Ouro: – 2,46%
- Ibovespa: – 3,97%
Por que o dólar subiu e a Bolsa caiu?
A resposta passa pelas reações dos investidores em relação à crise norte-americana. Em geral, o investidor vende suas aplicações e sai do país, mudando a oferta de moeda e causando queda nos preços das ações. Recente notícia do jornal Folha de S. Paulo dá conta que:
“Foi a primeira vez que a moeda americana, que corrige os fundos cambiais, liderou o ranking mensal das aplicações desde agosto do ano passado, quando subiu 4,3%”
O breve resumo demonstrado neste artigo deve servir para que você:
- Vislumbre a lógica do mercado quando o mundo enfrenta crises como a dos Estados Unidos;
- Perceba a mecânica de alta e baixa das moedas e de sua influência na economia dos países;
- Repare nos reflexos encontrados no mercado de ações;
- Aprecie a importância de diversificar seus investimentos e manter posições financeiras sólidas em investimentos de risco mais baixo (CBD, renda fixa, DI ou poupança);
- Procure ativos baratos (vide queda acumulada da Bolsa no ano), mas sem se esquecer de dar igual atenção à estratégia de saída de sua carteira.
Abril começa esboçando boa reação, tanto do mercado nacional, quanto internacional. O mês começa com maior aporte de capital estrangeiro, demonstrando interesse dos investidores externos, mas alguma dose de pessimismo ainda existe na opinião de muitos analistas. Enfim, cautela principalmente para os investimentos de curto prazo.
Fique de olho nos desdobramentos da crise e nos seus efeitos ao redor do mundo. Em tempo, acompanhar veículos especializados, especialmente em momentos assim, pode fazer a diferença. Experimente, não é tão chato quanto parece.
Crédito da foto para Marcio Eugenio.