O presidente do Equador Guillermo Lasso confirmou em publicação no X, plataforma que era conhecida como Twitter, que o candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado e prometeu que o crime não ficará impune.
Lasso já tinha declarado, no último dia 27 de julho, um estado de emergência e toque de recolher noturno em três províncias costeiras do país, em meio a uma onda de violência que deixou pelo menos oito mortos, incluindo Agustin Intriago, prefeito da cidade costeira de Manta, foi morto a tiros no domingo.
“Não podemos negar que o crime organizado permeou o Estado, as organizações políticas e a própria sociedade”, disse Lasso à época. Boa parte da violência tem acontecido nas prisões, como resultado dos problemas com o narcotráfico.
Máfia ou pátria
Villancencio foi assassinado com três tiros na capital Quito, logo após encerrar um comício em que reiterou as suas duras posições políticas.
“Nesta cidade [Quito] vamos escrever, em 20 de agosto, a história final da rebelião democrática e a luta contra a corrupção, as máfias que a pátria está submetida há 20 anos. Em 20 anos, se decide, companheiro e companheiras, entre a máfia e a pátria”, disse em sua última aparição.
Um vídeo do repórter Christian Zurita, amigo de Villacencio, mostram algumas cenas do momento do ataque.
Biografia
De acordo com pesquisas de opinião, o apoio a Villavicencio estava em 7,5%, classificando-o em quinto lugar entre oito candidatos presidenciais para a votação de 20 de agosto.
Villavicencio, da província andina de Chimborazo, era um ex-membro de um sindicato na empresa estatal de petróleo Petroecuador e posteriormente um jornalista que denunciou supostas perdas milionárias em contratos de petróleo.
Na terça-feira, ele fez um relato ao gabinete do procurador-geral sobre um negócio de petróleo, mas nenhum detalhe adicional do seu relato foi divulgado publicamente.
Villavicencio era um crítico contundente do ex-presidente Rafael Correa e foi condenado a 18 meses de prisão por difamação devido a declarações feitas contra o ex-presidente.
Ele fugiu para um território indígena dentro do Equador e depois recebeu asilo no Peru.
“Hoje mais do que nunca reitera-se a necessidade de atuar com mão firme contra a criminalidade. Que Deus o tenha em sua glória”, disse o colega candidato presidencial Jan Topić na plataforma X.