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Taxas futuras curtas caem em dia de inflação nos EUA e Campos Neto no Senado

Os números do índice foram vistos como uma indicação de que o Federal Reserve pode não elevar os juros em setembro

by Reuters
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As taxas dos contratos futuros de juros de curto prazo fecharam a quinta-feira em queda, em um dia marcado pela divulgação de dados de inflação nos EUA, que reforçaram as apostas de que o Federal Reserve não subirá os juros em setembro, e pela participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em sessão do Senado.

As taxas curtas oscilaram em baixa durante todo o dia, embora o movimento tenha sido limitado, enquanto as longas chegaram a virar para o positivo à tarde, enquanto os rendimentos dos Treasuries sustentavam ganhos nos EUA.

Às 9h30, o Departamento do Trabalho informou que o índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em julho, repetindo a taxa de junho e em linha com a projeção dos economistas ouvidos pela Reuters. Nos 12 meses até julho, a alta foi de 3,2%, ante 3,3% previstos. O núcleo de inflação, que exclui categorias voláteis, subiu 0,2% em julho, mesmo percentual de junho.

Os números do índice foram vistos como uma indicação de que o Federal Reserve pode não elevar os juros em setembro, mantendo-os na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano. No fim da tarde desta quinta-feira, os títulos norte-americanos precificavam 90,5% de probabilidade de o Fed manter os juros, contra 9,5% de chance de alta de 0,25 ponto percentual.

“O CPI veio marginalmente melhor e o núcleo também. Então, a alta de juros (dos Treasuries) lá é bem marginal, o que abre espaço para acelerar a queda de juros no Brasil”, comentou Laís Costa, analista da Empiricus Research.

Os rendimentos dos Treasuries, apesar de cederem um pouco em um primeiro momento, após os dados de inflação, foram para o positivo posteriormente, reagindo ao leilão de títulos de 30 anos promovido nesta quinta-feira pelo Tesouro.

Este sinal positivo no exterior acabou por fazer as taxas dos contratos de DIs (Depósitos Interfinanceiros) de longo prazo registrarem leves ganhos no fim da tarde no Brasil. A ponta longa da curva a termo é onde os estrangeiros atuam preferencialmente.

Internamente, as atenções estiveram voltadas para a fala de Campos Neto em sessão no Senado. Nela, o presidente do BC fez uma defesa da atuação da autarquia no combate à inflação e disse que a instituição está conseguindo um “pouso suave” contra a alta de preços. Ao mesmo tempo, pontuou que a inflação de serviços no Brasil “preocupa um pouco mais”, citando que o núcleo ainda está alto.

“O Brasil foi capaz de combater a inflação com aumento de juros menor que a média dos países”, disse o presidente do BC.

“Mas o grosso do movimento dos juros está mais ligado à expectativa lá fora sobre o Fed do que com o Campos Neto. A fala dele foi muito em linha com o que o BC já vinha comunicando”, avaliou Laís Costa.

Pela manhã, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o volume do setor de serviços avançou 0,2% em junho na comparação com maio, o que mostra desaceleração após ganho de 1,4% em maio.

Nesta sexta-feira, o IBGE divulga o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, cujos resultados têm potencial para movimentar a curva a termo. Por enquanto, no fim da tarde desta quinta-feira a curva precificava 78% de chances de o Copom cortar a Selic em 0,50 ponto percentual em setembro, contra 22% de probabilidade de baixa de 0,75 ponto percentual.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,43%, ante 12,459% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,39%, ante 10,441% do ajuste anterior. A taxa para janeiro de 2026 estava em 9,865%, ante 9,889% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,015%, ante 10,03%. Na ponta longa, o DI para janeiro de 2028 marcava 10,325%, ante 10,316% do ajuste.

Às 16:55 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 9,70 pontos-base, a 4,1036%.

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