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Dinheiro e o silencioso som da disciplina

by Conrado Navarro
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Quanto é ser muito rico?Marta comenta: “Navarro, li alguns livros indicados aqui e muitos dos artigos que escreve. Percebo sempre a forte ênfase à necessidade de disciplina e planejamento, atividades que, segundo seus textos, são fundamentais para que haja poder de investimento e futuro. Será que pode dar alguns exemplos mais tangíveis de disciplina financeira[bb] e quais seus reais diferenciais? Muito obrigada.”

Resumir o poder da disciplina é um desafio e tanto para alguém tão novo como eu. Vamos lá, que tal encarar a disciplina como o algo mais capaz de nos manter na rota determinada, ainda que “excelentes oportunidades” ou percalços apareçam durante a trajetória? A afirmação soa textual, abstrata demais? Continue lendo, por favor.

Que fator é essencial para que uma pessoa pare de fumar? Força de vontade? Perceba que ao traçar o objetivo, a caminhada até ele passa a ser um reflexo de nossas atitudes e decisões, o que implica grande dose de, advinhe, disciplina. Não se assuste com a “fumaça” levantada aqui com o cigarro, afinal usar o exemplo-padrão facilita a compreensão da idéia e torna simples a ponte necessária para o aspecto financeiro.

Onde começar?
No objetivo. Ah, claro, estamos no Dinheirama e portanto seu objetivo é ficar rico, atingir a incrível marca de um milhão de reais. Acertei? Bingo! Pois bem, o objetivo está traçado. O André, um velho conhecido, quer a mesma coisa. Quando pretende atingir o sonhado valor? Como chegar lá? A realidade é que não interessa quanto de dinheiro[bb] você tem hoje ou quanto poderá poupar e investir durante o ano. O ingrediente principal é, advinhe, a disciplina.

Como assim, disciplina? André, que André?
Calma, o André é gente boa. Seu objetivo de vida é atingir o primeiro milhão em 20 anos, através de aplicações freqüentes e investimentos[bb] provenientes de renda passiva (direitos autorais e aluguel por exemplo). Depois de muito analisar e estudar, André reforça seu ideal de disciplina: “Vou chegar lá!”

A discussão filosófica e de cunho pessoal é maravilhosa para interpretarmos opiniões, mas nem sempre ajuda a transformar objetivos em resultados. André precisa de outros ingredientes e sabe disso. Permita-me chavear para o mundo numérico (fique comigo, as contas são simples).

Para o feito, André resolve destinar R$ 50 mil de suas economias para servirem de aporte inicial ao plano e planeja investir mensalmente outros R$ 1000, buscando rentabilidade alvo de pelo menos 0,8% ao mês (já descontada a inflação). Não é tarefa fácil, mas há de ser possível. Será que ele vai conseguir? Que variáveis estão envolvidas neste desafio?

Disciplinado, ele manteve os aportes durante 10 anos. Então resolveu dar uma consultada em seu saldo: até então, André acumulara pouco mais de R$ 300 mil. Decepcionado, ele me procura, vocifera uma dúzia de palavrões e passa a pregar que os conselhos dados por consultores financeiros, através de suas “fórmulas mágicas” (leia-se juros compostos) não passam de puro engodo. Ele então decide comprar um imóvel na praia e passa, outra vez, a viver de objetivos de curto prazo.

Chega de números. E daí?
Não dá para dizer que o André é inconsequente financeiramente. Tampouco podemos acusá-lo de imediatista ou consumista. É simples, faltou disciplina. O plano inicial era de vinte anos, mas ele, insatisfeito com os resultados encontrados no meio do percurso, desistiu. Será que você conhece gente assim? O segredo mora na capacidade de adiarmos sonhos imediatos no intuito de vivê-los mais intensamente (mais ricos) no futuro.

Esqueçam a pão-durice ou o extremo fascínio por apenas poupar e investir. Nunca alimentei a idéia de apenas poupar, poupar e poupar. Trato aqui dos importantes objetivos de longo prazo, do planejamento. Essencialmente, trato de disciplina para que nosso dinheiro possa trabalhar por nós. Afinal, não é isso que todo mundo quer? Eu quero!

Sim, claro, mas e o milhão buscado pelo André?
Ah, sim, será que ele chegaria ao milhão? Claro! O André foi muito inteligente quando definiu o valor dos aportes – ele até usou algumas planilhas e simuladores do Dinheirama. Faltou paciência para entender que o verdadeiro poder dos juros compostos só passaria a ser sentido a partir do ano 15. Sim, porque ele chegaria ao 15o. ano com R$ 600 mil e, em apenas cinco anos, veria esse montante se transformar em R$ 1 milhão.

De volta aos chavões…
O nome do personagem foi inventado, a história e os números não. Assim, arrisco-me a afirmar que a disciplina de um investidor de sucesso[bb] é um misto de inteligência financeira, acompanhamento, planejamento e paciência. Logo, disciplina não tem a ver com quanto dinheiro você tem, mas com sua capacidade de gerenciá-lo de forma inteligente.

O maior defeito de alguém prestes a investir em um sonho de longo prazo não está na sua falta de visão, planejamento ou dinheiro, mas na falsa ilusão de que disciplina é apenas ter um plano e defendê-lo com unhas e dentes perante os amigos e familiares. De novo, conhece alguém assim? Desconfie deste tipo.

Disciplina é algo mais simples e mais belo: é o viver silencioso dos anos, período em que o verdadeiro barulho acontece, abafado e solitário, em sua conta corrente.

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Crédito da foto para stock.xchng

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