Milhares de pessoas reuniram-se na capital do Níger nesta sexta-feira para manifestação a favor do golpe do mês passado, enquanto líderes regionais consideravam uma intervenção militar para restaurar o governo civil.
Desde a derrubada militar do presidente eleito Mohamed Bazoum em 26 de julho, muitos participaram de comícios organizados pela junta militar para mostrar apoio aos generais, criticar as potências ocidentais e elogiar a Rússia, que disputa influência com o Ocidente na região.
A multidão pacífica chegava aos milhares nesta sexta-feira, de acordo com uma testemunha da Reuters. A manifestação começou em uma base militar francesa na capital Niamey. Em seguida, manifestantes com cartazes e bandeiras espalharam-se pelas ruas próximas.
“Viva a Rússia”, dizia a placa de um manifestante. “Abaixo a França… Abaixo a CEDEAO”, referindo-se à Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental, que, em uma cúpula na quinta-feira, ordenou a ativação de uma força de prontidão que poderia intervir para restabelecer Bazoum no poder.
A tomada militar foi o sétimo golpe na África Ocidental e Central em três anos, e as manifestações no Níger espelharam as cenas de rua nos vizinhos Mali e Burkina Faso após golpes entre 2020 e 2022.
A ira popular tem como alvo a França, ex-potência colonial, cujas forças foram expulsas de Mali e Burkina Faso após os golpes de Estado e cuja presença no Níger está sob ameaça. Manifestantes no Níger atacaram a embaixada francesa.
(Reportagem adicional de Pap Saine em Banjul, Ange Aboa em Abidjan, Alberto Dabo em Bissau, Alphonso Toweh em Monrivia, Diadie Ba em Dakar, Pulcherie Adjoha e Edward McAllister, Anait Miridzhanian, Nellie Peyton, David Lewis, Gareth Jones, Umaru Fofana)