O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que espera que os Estados Unidos possam realizar investimentos em projetos de transição energética no Brasil, afirmando que o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado na sexta-feira, permite o financiamento externo de obras para fomentar a ampliação do uso de energia limpa no país.
Em live transmitida em suas redes sociais, Lula afirmou que o novo PAC estabelece que recursos financeiros direcionados para a transição energética são “investimentos”, e não “gastos”, e sinalizou que muitos países têm “vontade” de investir no setor de energia do país.
“O (ministro da Fazenda, Fernando) Haddad mostrou para nós que é possível, através de uma transição energética e climática muito forte, a gente trazer dinheiro de fora para investimento aqui no Brasil… Espero que os Estados Unidos também estejam embutidos nesta ideia”, disse Lula.
O presidente também voltou a dizer que os países ricos “devem à humanidade” o financiamento da preservação de florestas ao redor do mundo devido aos séculos de impulsionamento da produção industrial que têm fomentado a poluição e a derrubada de árvores.
“Eles são responsáveis pela poluição do planeta muito antes de nós. Eles conseguiram derrubar todas as suas florestas muito antes de nós. Então, eles têm que contribuir financeiramente para que os outros países possam se desenvolver”, disse.
Lula ainda reafirmou que a cúpula da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), realizada na semana passada em Belém, foi um sucesso e serviu para unificar os países detentores de florestas tropicais em torno de objetivos comuns a caminho da COP28, que ocorrerá nos Emirados Árabes, no final do ano.
Na cúpula, os oito países amazônicos participantes assinaram um documento, nomeado Declaração de Belém, em que concordam com uma lista de políticas e medidas unificadas para reforçar a cooperação regional, mas não chegaram a um acordo sobre uma meta comum para acabar com o desmatamento.
Lula minimizou a falta de consenso entre os participantes ao dizer que não é fácil “encontrar um solução definitiva” e defendeu os pontos acordados na cúpula.
“Esse encontro teve como pretexto a gente preparar os países que são amazônicos para a gente levar uma proposta sobre as florestas na COP28. A gente conseguiu preparar uma proposta e conseguir uma coisa unitária.”