O Banco Central Europeu (BCE) pode precisar elevar ainda mais os juros, disse o presidente do banco central austríaco, Robert Holzmann, nesta quinta-feira, no momento em que novos números mostraram que a inflação da zona do euro se estabilizou em agosto, desafiando as expectativas de queda.
O BCE elevou os juros em todas as reuniões nos últimos 13 meses, mas as autoridades estão agora contemplando uma pausa, dada a deterioração das perspectivas de crescimento econômico e o risco de uma recessão.
Ainda assim, Holzmann, um conservador declarado, disse que ainda não viu evidências suficientes para uma pausa e que está inclinado a um aumento, mesmo que ainda não tenha se decidido.
“Não tomei uma decisão porque não tenho todos os dados, mas não excluiria a possibilidade de um aumento”, disse ele ao Reuters Global Markets Forum. “Ainda não estamos no nível mais alto (para os juros); pode ser que façamos mais um ou dois aumentos.”
A próxima reunião do BCE será em 14 de setembro. Os mercados estão apostando cada vez mais em uma pausa, mas ainda veem outro aumento, o último do ciclo, ainda neste ano.
Se a taxa de depósito do BCE, atualmente em 3,75%, subir neste ano, os cortes também poderão ser mais rápidos, já no próximo ano, argumentou Holzmann.
“Se este ano subirmos para mais de 4%… e a inflação cair, poderemos, talvez, mudar para juros mais baixos já em 2024. Se não for esse o caso, teremos de esperar até 2025.”
O grande problema é que a inflação continua elevada. Dados mostraram que o crescimento dos preços em geral ficou estável em 5,3% em agosto, contrariando as expectativas de queda.
Isso mostra que o crescimento dos preços é persistente, fomentado por um mercado de trabalho excepcionalmente apertado, disse Holzmann.