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Especialistas defendem que Suíça precisa se preparar melhor para crises de grandes bancos

O grupo também recomendou que a Finma se aproxime mais dos executivos dos bancos antes que ocorra uma nova crise.

by Reuters
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 Um grupo de especialistas defendeu que a Suíça precisa se preparar adequadamente para o surgimento de nova crise em um grande banco, após o colapso do Credit Suisse, mas o relatório preparado pelo grupo para o governo suíço descartou a necessidade de uma reforma radical que alguns citam como necessária.

O UBS emergiu como o maior banco da Suíça no início deste ano, depois que o governo do país organizou e financiou parcialmente a aquisição do Credit Suisse pelo rival para evitar o colapso da instituição.

O fim de um dos maiores bancos do mundo e antigo símbolo da solidez financeira suíça surpreendeu as autoridades e os órgãos reguladores do país, que há muito tempo vinham fiscalizando o Credit Suisse em meio a uma série de escândalos no banco.

Na sexta-feira, um grupo de especialistas suíços, incluindo banqueiros e acadêmicos, defendeu que o governo precisa melhorar sua prontidão caso o UBS, que ficou muito maior após deglutir o Credit Suisse, tenha problemas.

O grupo pediu que o órgão regulador do país, a Finma, tenha mais poder para impor multas. Os especialistas também disseram que a Finma precisa de mais autoridade para intervir e que deve haver uma melhor coordenação entre as autoridades suíças.

O grupo também recomendou que a Finma se aproxime mais dos executivos dos bancos antes que ocorra uma nova crise.

Os especialistas também sugeriram que deveria ser mais fácil para os bancos obterem financiamento do Banco Central, o que seria um afrouxamento de regras sobre garantias que podem ser oferecidas em troca.

A aquisição do Credit Suisse – o primeiro resgate de um banco global desde a crise financeira de 2008 – deixou o UBS livre de seu principal rival.

Isso muda o panorama do setor bancário na Suíça, onde as agências do Credit Suisse e do UBS estão espalhadas por toda parte, às vezes a poucos metros de distância.

Os bancos, dois dos mais relevantes do ponto de vista sistêmico para as finanças globais, detêm ativos combinados de até 140% do PIB da Suíça, em um país que depende fortemente das finanças para sua economia.

O colapso do Credit Suisse provocou um debate internacional sobre as reformas introduzidas após o último colapso financeiro para evitar que os bancos se tornassem muito grandes para serem liquidados – uma iniciativa que, desde então, tem fracassado.

Embora a Suíça tenha imposto perdas aos acionistas e a alguns investidores de títulos – um dos pilares das reformas no pós crise de 2008, elas recusaram a perspectiva de liquidar o Credit Suisse, optando por vender o banco a seu principal rival.

Alguns especialista veem falhas graves na atuação das autoridades suíças.

“Os autoridades de política monetária da Suíça não conseguiram supervisionar adequadamente o Credit Suisse durante a última década, o que levou ao colapso”, disse Beat Wittmann, presidente da Porta Advisors, uma empresa suíça de consultoria. “Infelizmente, até o momento, não há disposição política para aprender nenhuma lição”, disse ele.

Nicolas Veron, do Instituto Peterson de Economia Internacional, em Washington, advertiu que a Suíça pode ser prejudicada se o UBS tiver problemas.

“O resgate do Credit Suisse não é um sucesso perfeito, mas também não é uma história de fracasso de política.”

“Os suíços tinham duas opções – a fusão, plano A, ou a liquidação, plano B, e a decisão foi de que um acordo seria melhor”, disse ele, acrescentando que não existe mais tal alternativa se o UBS apresentar problemas.

Durante o colapso financeiro global de 2008, foi o UBS, e não o Credit Suisse, que precisou de um resgate estatal.

Naquela época, o banco central suíço emprestou mais de 54 bilhões de dólares a um veículo que o UBS usou para se livrar de dívidas problemáticas, incluindo empréstimos subprime.

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