A indústria automotiva brasileira teve crescimento de 24% na produção em agosto ante julho, montando 227 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus, mas as vendas na mesma comparação recuaram 7,9%, para 207,7 mil veículos, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela associação que representa o setor, Anfavea.
Contra agosto do ano passado, a produção caiu 4,6%, acumulando no ano 1,54 milhão de unidades, 0,4% menos que o volume montado no mesmo período de 2022.
Já as vendas na comparação mensal recuaram 0,4%, e no ano o setor registra avanço de 9,4%, para 1,43 milhão de veículos.
O presidente da Anfavea, Marcio Leite, afirmou a jornalistas que o mês para a produção de veículos foi “muito bom”, com nenhuma montadora com fábrica parada, diferente de meses anteriores em que situações incluindo falta de peças e demanda fraca pressionaram as vendas e geraram aumento nos estoques.
“Ficamos praticamente igual a maio (em vendas), que foi o mês que antecedeu o plano de incentivo do governo federal para veículos de até 120 mil reais”, acrescentou.
As exportações de veículos montados em agosto ante o mesmo mês do ano passado caíram 26,2%, para 34,5 mil veículos, segundo os dados da Anfavea. No ano, o setor acumula vendas externas de 292,1 mil unidades, queda de 12,8% sobre o mesmo período de 2022.
“O dado mais preocupante é como o Brasil está perdendo mercado em nosso quintal. O grosso de nossas exportações vai para a América Latina e o que estamos vendo é que estes países estão recebendo produtos asiáticos, principalmente chineses, em volume muito acima do que era o histórico”, disse Leite. Segundo ele, a participação da China nas exportações de veículos para a América Latina é de 21,2%.