Final de 2012 e, como todo ano, já sentimos no ar as promessas de renovação, a alegria das férias, os sabores antecipados da ceia de Natal e os esperados presentes. Momento oportuno para, mais uma vez, conversarmos sobre educação financeira infantil. Como você lida com isso diante de uma época repleta de compras?
As crianças foram introduzidas no mundo do consumo, isso é fato. O Dia das Crianças e o Natal são épocas onde há um aumento das propagandas direcionadas a esse público, bem como um crescimento no volume de vendas de produtos a ele destinados.
Recomendo que fiquem atentos, pois as propagandas nunca dizem “não” para seus filhos. Costumo dizer que o marketing está cumprindo seu papel e cabe aos pais a responsabilidade na formação de consumidores conscientes: formá-los para o SER e não para o ter.
Será que o tema é importante? Esse ano, o Governo Federal lançou uma cartilha onde é ensinado como evitar o consumismo infantil na época do Natal (clique para assistir). O foco são as compras conscientes e a atenção à sustentabilidade.
Alguns pontos são importantes e devem ser lembrados. Orientações já exploradas em outros artigos, mas que precisam ser discutidas novamente devido à carência de atitudes positivas nesse sentido. Vejamos:
- Envolver as crianças no planejamento das festividades do final do ano, como as ceias, a decoração e a compra dos presentes;
- Melhores alternativas de presentes podem ser conseguidas através de uma lista de desejos, onde as crianças escrevem o que gostariam de ganhar no Natal. Indicado para crianças já alfabetizadas;
- É necessário ter coerência e os presentes precisam estar de acordo com a situação financeira da família, por isso a negociação é tão importante para evitar frustrações. Mesmo quando o problema não é o dinheiro limitado, é importante e altamente educativo conversar com os filhos sobre seus desejos e necessidades. Em ambas as situações, estarão ensinando valores imprescindíveis na formação de um consumidor consciente e de um adulto que não cairá facilmente nas armadilhas de um consumo vazio e vicioso;
- Cuidado para que o lado emocional não o conduza para o endividamento. Muitas vezes somos envolvidos pelos apelos do consumo natalino ou pela euforia momentânea e estouramos o orçamento sem nenhuma necessidade. Conte até 10 para fechar uma compra quando perceber essas armadilhas;
- Os pais precisam estar conscientes do seu papel de formador de um consumidor consciente para ter a tranquilidade e não ceder frente às insistências das crianças. Nesse momento, é preciso orientá-las e conduzi-las para a melhor opção de compra;
- Pense sobre o valor simbólico dos presentes. Às vezes gastamos mais do que o planejado, pois somos levamos a acreditar que um presente mais caro representa o quanto gostamos daquela pessoa. Ou isso ou simplesmente nos sentimos na obrigação de presentear. Cuidado!
Essas festividades sempre me fazem pensar nos outros dias do ano: muitos deles não merecem tal dedicação também? Precisamos de mais gentileza e doçura nas relações entre as pessoas. Precisamos do olhar atento e carinhoso com nossas crianças. Precisamos pensar sobre nossos talentos essenciais e em nossas buscas fundamentais.
Exercer o SER é ponto de partida para vivermos em paz e harmonia (e sem dívidas). Quem sabe assim será possível vivermos um ano novo todos os dias, não é mesmo? Grande abraço.