Ramzan Kadyrov, chefe da região russa da Chechênia e aliado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, propôs neste sábado que as eleições presidenciais marcadas para março sejam adiadas devido à guerra na Ucrânia ou limitadas a um candidato: Putin.
O líder do Kremlin, que completa 71 anos neste sábado, disse que não anunciará se vai concorrer até que o Parlamento convoque as eleições, o que por lei deve acontecer em dezembro.
Putin domina a Rússia há mais de duas décadas e, tendo suprimido toda a oposição política significativa, teria quase a certeza de vencer as eleições e, como é esperado, prolongar a sua permanência no Kremlin até 2030. No entanto, os fracassos da Rússia na guerra tornaram os acontecimentos menos previsíveis.
A agência de notícias estatal RIA disse que Kadyrov falou neste sábado em um comício no centro da capital chechena, Grozny, para 25 mil pessoas, para marcar o aniversário de Putin.
“Proponho agora, enquanto a ‘operação militar especial’ (guerra na Ucrânia) está em andamento, decidir por unanimidade que teremos um candidato nas eleições – Vladimir Vladimirovich Putin”, teria dito Kadyrov.
“Ou cancelar temporariamente as eleições, porque não há mais ninguém que possa defender o nosso país hoje”, acrescentou o checheno protegido de Putin que elevou a sua visibilidade pública desde o início da guerra.
A invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022 tornou-se o maior desafio de Putin. Longe de assumir rapidamente o controle do vizinho e de frustrar as suas tentativas de se aproximar do Ocidente, Moscou controla apenas menos de um quinto da Ucrânia, com linhas da frente estáticas, gastos militares crescentes e centenas de milhares de russos lutando em um guerra para a qual não se voluntariaram.
No processo, Putin fez a Rússia romper relações com o Ocidente, que impôs sanções econômicas radicais ao país. A guerra também serviu para armar a Ucrânia a um custo enorme e ainda ajudou a expandir e reforçar a aliança da Otan, liderada pelos Estados Unidos.