O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, viajará na próxima semana para o Brasil e a Argentina, onde se reunirá com os líderes de ambos os países e participará de uma reunião de ministros de Relações Exteriores do G20, informou o Departamento de Estado norte-americano nesta sexta-feira.
Blinken irá a Brasília, Rio de Janeiro e Buenos Aires de 20 a 23 de fevereiro. O Rio sediará em 21 e 22 a reunião de ministros do G20, evento que é parte da presidência temporária brasileira do grupo que reúne as maiores economias do mundo.
Ele se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília para discutir a parceria EUA-Brasil para os direitos dos trabalhadores e a cooperação na transição energética, informou o Departamento de Estado.
O secretário de Estado adjunto para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Brian Nichols, disse esperar uma conversa “robusta” sobre questões de paz e segurança global entre Blinken e Lula, que criticou duramente a guerra de Israel em Gaza, inclusive durante visita ao Cairo nesta semana.
“Acho que vai ser uma conversa dinâmica”, disse Nichols a jornalistas em entrevista por telefone antes da viagem, salientando que Blinken terá acabado de regressar da Conferência de Segurança de Munique desta semana e visitou recentemente o Oriente Médio a sua quinta viagem para a região desde os ataques do Hamas em 7 de outubro que desencadearam o bombardeio e a invasão de Gaza por Israel.
No Rio, Blinken espera “envolver os líderes mundiais em nossas iniciativas compartilhadas para aumentar a paz e a estabilidade” e abordar os esforços internacionais para apoiar o Haiti enquanto o país enfrenta uma crise humanitária crescente e picos de violência, de acordo com o Departamento de Estado.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, também deverá participar da reunião do G20 no Rio, mas nenhuma reunião foi agendada entre ele e Blinken, em meio ao aumento das tensões sobre a guerra da Rússia na Ucrânia.
Blinken, que se encontrou com Lavrov pela última vez durante uma breve conversa à margem de uma reunião do G20 em Nova Délhi no ano passado, disse nesta sexta-feira que se os relatos sobre a morte do líder da oposição russa Alexei Navalny na prisão forem verdadeiros, a Rússia era responsável.
O secretário de Estado adjunto para Assuntos Econômicos e Empresariais dos EUA, Ramin Toloui, também em entrevista a repórteres, disse que não poderia prever quaisquer reuniões bilaterais que Blinken possa ter no Rio, mas disse que a delegação dos EUA iria “ressaltar e continuar a discutir os danos que a guerra de agressão causou.”
Blinken depois irá a Buenos Aires para uma reunião com o presidente da Argentina, Javier Milei, um libertário de direita que tomou posse em dezembro prometendo uma “terapia de choque” para estabilizar a economia do país.
Blinken e Milei discutirão “o crescimento econômico sustentável, nosso compromisso comum com os direitos humanos e a governança democrática, minerais essenciais e o aumento do comércio e dos investimentos”, disse o Departamento de Estado dos EUA em um comunicado.