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A Armadilha das grandes promoções: qual a lógica de vender “tão barato”?

by Renato De Vuono
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Semana começando! E essa, em especial, após a “black friday”! E aí? Rolando uma “black ressaca” financeira, ou você conseguiu controlar esses instintos primitivos de consumo? Espero que sim.

Mas você já parou para pensar qual é a lógica de se criar “um dia nacional de preços baixos”? Por que nesse dia específico, todo mundo consegue vender tão barato? A verdade é: não tem lógica. E também, não tem mágica!

É tudo meticulosamente articulado para fazer você e eu gastarmos mais, em uma época que, historicamente, não haveria nenhum consumo fora do normal.

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Boi de piranha

Já ouviu essa expressão: “boi de piranha”? Basicamente é usar um animal “mais ou menos” de chamariz para atrair o cardume (e morrer devorado) e com isso, desviar a atenção do cardume para que os outros bois atravessem o rio.

Essa é uma prática antiga do varejo. Colocar um produto em promoção, as vezes abaixo do custo, para atrair o consumidor, que acaba comprando outros pelo preço normal ou até mais caro.

Supermercados são mestres nessa arte com seus “jornaizinhos” de ofertas.

O fato é: empresas existem para dar lucro. O varejo vive de vender os produtos mais caros do que compra. Simples assim. Então, vender algo muito barato tem sempre um motivo que, pode ter certeza, não é ajudar o consumidor.

Fique atento a essas pegadinhas:

  • Produtos baratos de marcas desconhecidas,
  • Produtos atrelados à venda de outros produtos (prática proibida por lei),
  • Compra de algum “acessório” do produto principal com desconto, pelo dobro do valor normal, fazendo você perder toda a vantagem que recebeu.

Efeito manada

A Black Friday se tornou uma espécie de Natal. É um gatilho para estimular o consumo impulsivo das massas. As pessoas enxergam o que querem e acreditam que estão fazendo um bom negócio.

Pronto, isso é suficiente: acreditar que economizou.

Todo mundo compra porque “alguém comprou e fez um grande negócio”. E ainda somos metralhados por todos os meios de comunicação possíveis, como um canto da sereia, nos atraindo para a armadilha.

Leitura recomendada: Consumo: você compra benefícios ou compra status?

E aí a manada corre para fazer a festa do comércio, sem perceber que não existe desconto real ou o desconto é tão tímido que não justifica comprar nada em um momento que, normalmente, você não compraria.

Pergunta: por qual motivo alguém venderia mais barato, com tamanho público disposto a comprar de qualquer jeito? É a mesma lógica que vale para a Páscoa, Natal, dia das Mães e seus pares.

 Nem tudo é perdido

Vai ter uma porção de gente falando “mas eu comprei pela metade do preço”, “meu irmão mimimi”, “o amigo do cachorro do vizinho mimimi”…  Sim amigo, eu estou ciente que existe uma ou outra pepita de ouro no meio do estrume. Mas são raras.

Na última semana a Business Insider divulgou uma matéria dizendo que, mesmo lá, no centro mundial do consumo e da Black Friday, os Estados Unidos, o dia é um embuste. As promoções se concentram em produtos encalhados e de marcas ruins.

Há mais porcaria do que coisa boa em liquidação, e os artigos baratos são os mesmos que os varejistas fazem promoção todos os anos. A lógica é soberana: porque vender barato tendo demanda?

Contudo, com MUITA pesquisa e, para aqueles que acompanham os preços dos produtos ao longo do ano, é possível sim tirar alguma, ou até, muita vantagem desse dia.

Porém, isso não é para amadores e desatentos. Se você confia no anúncio das lojas no estilo “de R$x por R$y” e não tem histórico dos preços, vai se dar mal. Lembre-se: “tudo pela metade do dobro”?

Há hoje sites e aplicativos que rastreiam os históricos e comparam para ver se os descontos são reais. Fique atento!

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A verdadeira Black Friday

O varejo tem poucos motivos para vender barato. Ter um dia no calendário para isso não é um bom motivo. É exatamente o oposto.

Dentre esses motivos estão: estoques altos com produtos encalhados, por consequência, queda nas vendas. Produtos fora de linha com subsídios do fabricante para a chegada dos lançamentos, e assim por diante.

E as melhores épocas para se comprar são justamente aquelas após as “datas de consumo” programadas.

Há uma boa chance que, essa semana, passada a Black Friday, apareçam promoções ainda melhores de varejistas que superestimaram a demanda  para a famigerada sexta-feira, e ficaram com estoques encalhados.

Porém, os dias após o Natal e, principalmente Ano Novo, ainda são os campeões. O varejo fica em polvorosa para vender o resto do estoque natalino e abrir espaço para os lançamentos do ano que chega.

A lógica segue em outras esferas. Por exemplo, quer comprar roupa de frio com preço bom, compre no fim do inverno pensando no próximo ano. O mesmo serve para roupas de verão. Pense na lógica: compra melhor quem não tem pressa e não entra na euforia do efeito manada e seja feliz.

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Conclusão

O melhor mesmo é sempre comprar depois de se perguntar “eu preciso”, “eu posso” e “eu devo”. Se você estiver comprando algo que precisa e pode pagar, num momento que deve fazer isso, nada dá errado.

Barato mesmo é comprar podendo pagar na hora que precisa! O resto é conversa fiada que só endivida e empobrece as pessoas. Comprar 2, para pagar o segundo mais barato, só fez você gastar mais do que planejava.

Por isso, se preocupe mais com poder pagar e precisar de fato, do que, supostamente, pagar barato. Pode ter certeza que esse é um caminho poderoso para uma vida plena e próspera! Um abraço e nos vemos logo mais.

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