O Banco Central Europeu decidirá nesta quinta-feira se aumenta sua taxa de juros para um pico recorde num passo final na luta contra a inflação, ou se faz uma pausa diante da deterioração da economia.
O banco central dos 20 países que usam o euro enfrenta um dilema: mesmo depois de nove altas consecutivas dos juros, os preços estão subindo a uma taxa mais do que o dobro da meta de 2% e não há expectativa de desaceleração para esse nível por mais dois anos.
Mas os custos mais elevados dos empréstimos em grande parte do mundo e o mal-estar econômico na China já afetaram o crescimento, fazendo com que agora uma recessão seja possível na zona euro.
Analistas e investidores se inclinavam para uma pausa nos aumentos dos juros pelo BCE até que na terça-feira a Reuters informou que o banco central deve aumentar a sua previsão de inflação no próximo ano para mais de 3%, reforçando o argumento a favor de um aumento.
As autoridades consideram a projeção para 2024 como crucial para determinar se a inflação, atualmente ainda acima de 5%, voltará à meta ou se corre o risco de ficar estagnada num nível mais elevado por muito tempo.
“A dinâmica da inflação é simplesmente forte demais para o BCE fazer uma pausa”, disse Piet Haines Christiansen, economista do Danske Bank.
A maioria dos economistas consultados pela Reuters em pesquisa realizada entre 5 e 7 de setembro espera que o BCE vá manter os juros nesta quinta.
Mas o clima mudou desde então e os mercados monetários atribuem agora uma probabilidade de 63% de alta, considerada a última deste ciclo.
Um aumento de 25 pontos base nesta quinta-feira levará a taxa que o BCE paga sobre os depósitos bancários para 4,0%, o nível mais elevado desde o lançamento do euro em 1999.
Há apenas 14 meses, essa taxa estava na mínima histórica de -0,5%, o que significa que os bancos tinham de pagar para depositar o seu dinheiro no BCE.