O Banco Central Europeu (BCE) contrariou nesta quinta-feira as apostas de cortes iminentes nas taxas de juros ao reafirmar que os custos dos empréstimos permanecerão em níveis recordes, apesar das expectativas de inflação mais baixas.
O BCE manteve os custos dos empréstimos inalterados e nem sequer sugeriu uma possível redução, sublinhando, em vez disso, que a inflação se recuperará em breve e que as pressões sobre os preços permanecerão fortes.
“O núcleo da inflação diminuiu ainda mais”, afirmou o BCE. “Mas as pressões internas sobre os preços permanecem elevadas, principalmente devido ao forte crescimento dos custos unitários do trabalho.”
O banco repetiu a visão de que “as taxas serão fixadas em níveis suficientemente restritivos durante o tempo que for necessário”.
Essas afirmações vão contra as apostas dos investidores em cortes de juros no primeiro semestre do próximo ano, no que seria uma inversão acentuada da sequência de dez aumentos consecutivos do BCE que terminou em setembro.
Numa mudança de políticamonetária menor, o BCE antecipou o fim do seu último esquema de compra de títulos restante, legado da pandemia da Covid-19.
Após a decisão desta quinta-feira, a taxa de depósito do BCE permanece num pico histórico de 4%.