O Banco Central Europeu deixou “muito claro” que as taxas de juros podem ser cortadas em junho, mas também foi firme ao afirmar que as decisões de política monetária após esse período continuam em aberto, disse o vice-presidente do BCE, Luis de Guindos, nesta quinta-feira.
O BCE colocou em jogo na semana passada um corte em junho e desde então reforçou essa orientação, apesar do aumento dos preços do petróleo, de um euro mais fraco e das apostas de o Federal Reserve adiará seus próprios cortes nos juros dos Estados Unidos.
“Acho que fomos muito claros: se as coisas continuarem como estão evoluindo ultimamente, em junho estaremos prontos para reduzir a restrição de nossa política monetária”, disse De Guindos em uma audiência parlamentar em Bruxelas.
De Guindos repetiu a orientação mais recente do BCE, segundo a qual a inflação, de 2,4% em março, rondará o nível atual nos próximos meses mas voltará a se aproximar da meta de 2% do BCE no próximo ano.
Atualmente, os mercados preveem 75 pontos-base de cortes na taxa de depósito do banco central este ano, ou dois movimentos completos depois de junho, mas De Guindos não quis se pronunciar sobre a direção que as taxas provavelmente tomarão, mesmo que algumas autoridades já tenham cogitado a ideia de um segundo movimento em julho.
“Eu diria que há alguns riscos”, disse de Guindos. “As evoluções dos salários, da produtividade, do custo unitário do trabalho, das margens de lucro e dos riscos geopolíticos são muito difíceis de serem levados em consideração e de serem considerados quando elaboramos nossas posições.”