O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está prestes a aprovar uma linha de financiamento de 2,5 bilhões de reais para a prefeitura de São Paulo iniciar um projeto de eletrificação da frota de ônibus da cidade, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, nesta quarta-feira.
A proposta será discutida pela diretoria do banco na quinta-feira e, de acordo com Mercadante, há uma grande expectativa de aprovação. A intenção é utilizar esses recursos para a aquisição de 1.600 ônibus elétricos, que substituirão os veículos movidos a diesel.
Segundo Mercadante, a prefeitura de São Paulo gasta atualmente cerca de 25 mil reais por mês por cada ônibus movido a óleo diesel em operação para manter o valor das tarifas. Com a frota elétrica, esse custo será reduzido a 5 mil reais por mês por ônibus.
“Eles vão ter um ganho no médio prazo. Antes da pandemia, São Paulo tinha uma média de 9 milhões de passageiros ao dia, e com a pandemia abaixou para 7 milhões”, disse o presidente do BNDES em entrevista à Reuters.
“Com a comodidade do ônibus elétrico, wifi e conforto, eles podem atrair de volta o público perdido”, acrescentou.
A iniciativa reflete a aposta da instituição na transição energética e em direcionar cada vez mais recursos para projetos menos poluentes.
O Brasil é o segundo país que mais utiliza ônibus para o transporte público no mundo, perdendo apenas para a Índia, segundo Mercadante, e 52% dos ônibus que circulam na América Latina foram produzidos no país.
Ele destacou a importância de adotar ônibus elétricos para não perder mercado e impulsionar a mão de obra local.
Além disso, o BNDES estuda o desenvolvimento de sistemas de leasing no setor de transporte, outro modelo estudado para estimular a eletrificação da frota, disse Mercadante.
Nesse cenário, uma empresa adquiriria os coletivos e alugaria para as operadoras de ônibus que atuam nas cidades.
Mercadante destacou que essa é uma prática já adotada em vários países do mundo e que São Paulo seria a primeira grande experiência desse tipo no Brasil. “Mas há outros caminhos também”, afirmou o presidente do BNDES.