O presidente do Chile, Gabriel Boric, convocou nesta terça-feira um plebiscito nacional para que a população chilena decida sobre uma segunda proposta para substituir a Constituição do país, da época da ditadura.
O documento foi finalizado na semana passada por um Conselho Constitucional, dominado por forças de direita, encarregado de redigir o texto.
Uma primeira tentativa de substituir a Constituição, dominada por forças de esquerda e independentes, fracassou em setembro do ano passado.
“O plebiscito de 17 de dezembro está oficialmente convocado e eu convido todos os nossos compatriotas a se informarem e participarem”, disse Boric em uma cerimônia em Santiago.
“Confio plenamente na sabedoria do povo chileno.”
A maioria dos eleitores planeja rejeitar o texto proposto, segundo as últimas pesquisas, mas a diferença de opiniões tem diminuído nas últimas semanas.
Beatriz Hevia, a presidente do agora dissolvido Conselho Constitucional, disse que a proposta “finalmente tem a capacidade de acabar com a incerteza institucional e política, fortalecer o estado de direito e a segurança jurídica, e fornece as ferramentas necessárias para reativar nossa economia”.
Em um relatório divulgado em outubro, a S&P revisou a perspectiva econômica do Chile, citando o fraco consenso político.
O governo de Boric, que apoiou a primeira proposta, disse que não pressionará por uma terceira reformulação constitucional.
Se o documento for rejeitado em dezembro, o texto atual, que remonta à ditadura militar de Augusto Pinochet, de 1973 a 1990, permanecerá em vigor.