O número de brasileiros endividados preocupa e deve se agravar de 2020 em diante.
A combinação de renda perto ou abaixo da linha da pobreza, empréstimos diversos, receitas mensais comprometidas e inadimplência crônica deu origem a um grupo de endividamento de risco. Na prática, suas dívidas são praticamente insustentáveis e não podem ser pagas. Cada vez mais brasileiros estão endividados assim.
O número aproximado de brasileiros no endividamento de risco chegou a 4,6 milhões, ou 5,4% do total de brasileiros tomadores de crédito. Os dados, relativos a 2019, constam do Relatório de Economia Bancária do Banco Central (BC) e devem se agravar com a situação da pandemia vivida em 2020.
Para chegar aos 4,6 milhões de brasileiros em situação financeira insustentável, o BC analisa a combinação de dois ou mais dos seguintes critérios:
- Comprometimento da renda mensal acima de 50% com dívidas, pagamentos de juros e amortizações dos empréstimos;
- Atrasos (inadimplência) superiores a 90 dias no pagamento de parcelas dos empréstimos realizados;
- Renda final disponível, depois do pagamento de dívidas, abaixo de R$ 439,03, patamar considerado como linha de pobreza;
- Uso concomitante de vários tipos de crédito, como cheque especial, cartão de crédito, empréstimo pessoal e rotativo.
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Quem são os brasileiros endividados?
A situação é mais dramática nos mais velhos, o que requer algumas reflexões. Os endividados de risco atingem 7,8% do total de endividados acima de 65 anos. Em quantidade de pessoas, são 12,4 milhões de idosos acima de 65 anos com empréstimos ativos. Deste total, 1 milhão deles tem situação financeira complicada e dívidas insustentáveis.
Para as demais faixas etárias, a situação é a seguinte: do total de jovens endividados com até 34 anos, 3,8% estão no grupo de endividamento de risco; entre 34 e 54 anos, o percentual de endividados graves chega a 4,9%; e entre 55 e 65 anos, 7,2%.
Quanto maior a idade, mais endividados no grupo de risco, com dívidas enormes e situação financeira fragilizada. Além do descontrole financeiro, há também o quadro de dependência da família em relação aos mais velhos, que acabam se endividando pelos outros e para aplacar necessidades de seus familiares.
Uma análise da renda também mostra detalhes interessantes. O maior percentual de pessoas com dívidas consideradas de alto risco (6,5%) está no grupo com renda entre R$ 5 mil e R$ 10 mil, um sinal claro de que o descontrole e a falta de educação financeira merecem cuidados urgentes.
No caso de quem ganha até R$ 1 mil, o percentual do endividamento de risco é de 5,7% do total de pessoas; para a renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, 4,7%; e no caso da renda entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, 5,6%.
Não pense que quem ganha acima de R$ 10 mil está longe de problemas com dívidas. O total de pessoas com dívidas insustentáveis neste grupo é o mesmo de quem ganha entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, ou seja, 4,7%
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Conclusão
Os dados mencionados no texto são relativos a 2019, mas são suficientes para levantar preocupações quanto ao futuro de muitos brasileiros. A educação financeira não pode ser apenas um assunto qualquer, precisa ser parte fundamental da formação e da vida de nosso povo.
O compromisso individual com a responsabilidade financeira precisa andar lado a lado com a evolução de nossa agenda econômica nacional, com maior competitividade entre instituições financeiras, juros civilizados e políticas públicas que incentivem o empreendedorismo e o aprendizado da educação financeira.
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09/06 Terça: O segredo para não ter mais dívidas
10/06 Quarta: Como fazer seu talento gerar renda extra
11/06 Quinta: Não desista dos seus objetivos, isso vai passar!
12/06 Sexta: Os 3 principais erros que as pessoas cometem nas finanças pessoais
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