A lei da oferta e da procura é tão antiga quanto o mercado. No entanto, em muitos casos, os consumidores esquecem do poder que possuem para influenciar no cenário envolvendo os produtos e seus respectivos preços.
Para refletir a respeito dessa situação, eu gostaria de lembrar que, recentemente, uma fabricante anunciou a suspensão das vendas de um carro que, há poucos anos, casou grande impacto no lançamento. Na época, era inclusive vendido com ágio.
No caso específico desse veículo, com o passar do tempo, ficou evidenciado que o carro não apresentava características técnicas compatíveis com o seu design arrojado e esportivo.
Dessa forma, os compradores passaram a notar que o veículo não valia o preço que custava, motivo pelo qual suas vendas diminuíram. Mesmo com uma redução significativa do preço, não houve recuperação e a marca decidiu interromper as vendas.
Repare bem nos efeitos dos comportamentos de compra dos consumidores. Quando houve a corrida pelo (suposto) status e exclusividade, o carro foi vendido com ágio. Com a queda na procura, além da redução do preço de tabela, o modelo encalhou nas lojas e deixou de ser vendido.
Esse exemplo é realmente elucidativo, inclusive por evidenciar o posicionamento do bem num patamar superior ao real. Trata-se de um caso raro em que os consumidores brasileiros despertaram e fizeram a diferença.
Por outro lado, em linha com o que normalmente ocorre no nosso mercado, há notícias, também recentes, de carros que já sofreram o terceiro reajuste consecutivo em pouco tempo.
Além disso, continuam em linha automóveis jurássicos, com projetos com décadas de defasagem, vendidos por altíssimos preços pela (falta de) qualidade que apresentam.
Por conta desse contexto, é mesmo importante que as decisões de compra dos carros sejam feitas com bastante consciência, considerando que os veículos são caríssimos para serem comprados e mantidos no Brasil. Arrependimentos, portanto, custam caro.
Novamente, é preciso lembrar que um dos principais fatores que determinam essa realidade é a mentalidade dos brasileiros que aceitam pagar preços estratosféricos por carros que não valem o que custam. E somente com uma mudança de comportamento de consumo é possível alterar, em parte, esse cenário.
Deixo, aliás, a seguinte pergunta para reflexão: você acha que alguém compraria, atualmente, um celular “tijolão” projetado nos anos 90, apenas com pequenas mudanças estéticas nos botões, por um preço semelhante ao dos concorrentes modernos?
Pois é, o curioso é que esse tipo de comportamento ainda é bem comum quando pensamos no mercado automotivo brasileiro, em vários dos seus segmentos.
O poder de escolha, na hora de comprar, permanece com os consumidores. Por isso, é aconselhável que ele seja usado da melhor forma possível, valorizando os bens que têm qualidade e os preços mais justos.
Enfim, para contribuir com a busca por mais consciência na hora de escolher qual carro comprar, como já disse no meu artigo anterior sobre carros, segurança e o Efeito Halo (clique para ler), estou elaborando um livro especial sobre o assunto, que certamente irá ajudar as pessoas que dão valor ao seu dinheiro e valorizam decisões inteligentes.
O lançamento deverá ocorrer no próximo mês e os leitores do Dinheirama saberão, em primeira mão, os detalhes. Fique atento. Obrigado pela atenção, um grande abraço e até a próxima.
PS: Pensando nas pessoas que dão valor ao seu dinheiro e querem escolher bem os seus carros, foi publicado o livro digital Como Escolher o seu Carro Ideal (clique para detalhes), de minha autoria, que apresenta um roteiro completo para a definição de qual carro comprar, de acordo com o perfil de cada consumidor. Convido você a conhecer mais detalhes do livro clicando aqui.
PPS: Para ajudar você a controlar melhor os gastos crescentes com seu carro no dia a dia, eu também elaborei uma planilha completa e de fácil preenchimento, que pode ser baixada (gratuitamente) no seguinte link: http://bit.ly/PlanilhaCarro
Foto Shutterstock. Front side view of black car in turn.