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O que ainda não contaram para a Classe C sobre crédito

by Daniel Meinberg
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Com 108 milhões de pessoas, em número aproximado, a Classe C brasileira representa mais da metade da nossa população. Se fosse um país, seria o 12º em população no mundo. Não é pouca gente.

É importante, então, entender o que acontece com esta enorme massa de cidadãos (e consumidores) que recebe – per capita – algo entre R$ 320,00 e R$ 1.120,00. Este contingente responde pelo consumo de R$ 1,17 trilhão e representa 58% do crédito.

Para ilustrar, esse grupo seria o 18º maior mercado consumidor no mundo e faria parte do G20. Estes dados são da Serasa Experian e do Instituto Data Popular (pesquisa Faces).

Vale observar que trata-se de uma classe em expansão, que está recebendo pessoas de outras classes sociais – especialmente da Classe D, que está observando um incremento de renda. Se por um lado estes novos membros da Classe C estão com maior receita, por outro não têm experiência com a tomada de crédito.

É muito comum o descontrole financeiro, especialmente entre os mais jovens (e deslumbrados com o crédito), que entendem o crédito como uma forma de melhorar seu padrão de vida rapidamente. Entendo que isto é uma bomba-relógio, pois este crédito precisa ser quitado, e não é incomum comprometer mais da renda do que se consegue pagar.

Para sorte dos “deslumbrados”, a maioria deles é jovem (média de 22 anos e 2 meses) e está começando a vida profissional. Nesta fase, os saltos são geralmente maiores em termos percentuais, ao mesmo tempo em que seus compromissos fixos mensais são menores, o que permite maior “aperto nos cintos” para sair do sufoco.

Além dos “deslumbrados”, temos outros perfis dos emergentes da Classe C, mas hoje vou focar neste primeiro perfil, pois são os que mais me preocupam: os jovens estão começando a vida adulta do jeito errado em termos financeiros. Se é o seu caso, não se preocupe! Errar é humano e você não está sozinho.

Como já tratado anteriormente, e até por outros autores, os juros que as instituições financeiras nos cobram por nossos empréstimos ou outras dívidas são substancialmente maiores do que os juros que elas nos pagam em nossas aplicações ou investimentos.

Já foi até demonstrado como é fácil ser um milionário… às avessas: é fácil acumular R$ 1.000.000,00 em dívidas, em relativamente pouco tempo, partindo de um empréstimo de R$ 1.000,00 rolado a juros bancários.

Para um jovem da Classe C, que está descobrindo o crédito, mergulhar nesta ciranda financeira é perigosíssimo. É até didático ele se enrolar com uma dívida pequena, da qual ele consiga se safar de alguma forma, ainda que com o apoio da família ou de algum amigo. Foi o que aconteceu comigo e, graças a Deus, aprendi a lição.

Comecei com uma dívida relativamente pequena, na década de 90, que correspondia a uma parcela da minha receita mensal. Dividi em partes iguais e achei que em poucos meses estaria com ela quitada e meu problema resolvido. Ledo engano.

A dívida se multiplicou e, para quitá-la, tive que comprometer por mais tempo que eu imaginava um valor maior do que planejara. Só depois de ter me livrado desta arapuca financeira aprendi que se tivesse pago parcelas ainda maiores, por tempo menor, meus outros sonhos não teriam sido adiados por tanto tempo.

Mas a principal lição foi mais óbvia, ainda que esquecida por muitos: crédito não é renda adicional. Crédito mal utilizado é a porta para a ruína financeira. Clique e veja algumas armadilhas de crédito que você deve evitar.

Você tem alguma experiência com o crédito que deseja compartilhar comigo e com outros leitores? Já viveu situações de endividamento? Use o espaço de comentários abaixo e registre sua opinião. Obrigado e até a próxima.

Foto “Bankrupt business man”, Shutterstock.

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