Home Finanças Pessoais Dinheirama entrevista Claudia Barros, Coach: Por que temos medo de mudar?

Dinheirama entrevista Claudia Barros, Coach: Por que temos medo de mudar?

por Daniella Gomes
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Ao longo da nossa vida nos deparamos com oportunidades e vontade de mudar. Começar a empreender, mudar um hábito, mudar de emprego, de país etc.

Mesmo que a vontade seja forte e você já saiba quais são os prós e contras, muitas vezes, o medo nos impede de seguir para o novo.

Se você, leitor, já se deparou com esse frio na barriga quando o novo está à sua frente, esse artigo é para você! Fomos conversar com a coach Claudia Barros, que auxilia pessoas em seus desafios. Ela compartilhou com a gente valiosas lições! Confira como foi nosso papo:

Por que sentimos medo de mudar por mais que a oportunidade na nossa frente pareça muita boa?

Claudia Barros: Existem muitas pesquisas sobre a mudança, inclusive, o tema “zona de conforto”. Mas eu sinceramente acredito que este sentimento de medo muito tem a ver com nossas questões internas e a forma com que fomos educados; e que consequentemente fomos nos educando.

Aprendemos desde a nossa mais tenra infância a seguir modelos e padrões, e não que isso seja ruim, pelo contrário, isso é base para a maior parte da formação que nos sustenta no nosso dia a dia.

Mas a questão é que ao seguir certos modelos acreditamos que temos que nos adequar.

E com isso criamos uma forte identificação com um determinado padrão que adotamos e daí surge a tal “zona de conforto”, porque ao nos identificarmos criamos uma certa afinidade, e esta nos faz crer que sair dela, não nos sentiremos mais confortáveis… é onde aparece o tal sentimento de medo da mudança.

Ainda que a oportunidade pareça irresistível, é quase impossível pensar em desconstruir a identificação e a afinidade com aquele conforto que já conhecemos.

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Como lidar com os medos de fatores que não podemos controlar? Por exemplo, a crise no país? Um fator externo que atrapalha a vontade de mudar de carreira, por exemplo.

C.B.: Eu acredito que todos estes fatores que não nos trazem o controle são verdadeiras fontes de aprendizado. Eles sempre vêm carregados de lições e de grandes descobertas.

A crise é em grande parte uma oportunidade de mudança de estado e, sobretudo de percepção.

Por isso eu acredito que para lidar com algo novo, que não temos um padrão pré-definido, é preciso vê-lo sob um outro prisma, é preciso mudar a percepção e ver em perspectivas diferentes, para então buscar outras formas de encará-lo.

O que as pessoas que não ficam na zona de conforto têm em comum?

C.B.: A meu ver são pessoas que estão sempre em movimento e que talvez, por isso, tenham percepções diferentes das coisas, eventos e situações.

Desta forma colocam-se sempre em novos eventos, novas situações, alimentando um ciclo que pode ser virtuoso ou vicioso de mudanças.

Como manter o pensamento positivo durante uma transição?

C.B.: A transição é como todo momento de vida e pressupõe altos e baixos, pensamentos positivos e pensamentos negativos, bons e maus tempos, e isso é algo que merece atenção.

Aprendemos desde muito cedo a não gostar do negativo. E não acredito ser possível manter algo positivo o tempo todo, principalmente pensamento.

A minha receita é trabalhar para que o pensamento venha positivo naturalmente mas, se não vier, aceite e acolha o que vier e pense que é passageiro, buscando mais uma vez alterar a percepção sobre aquele pensamento.

É sempre possível positivar algo negativo, lembre-se daquela aulinha básica da matemática em que você aprendeu a multiplica por -1, lembra?

Leitura recomendada: Caminhe suas palavras: um exemplo vale mais que mil delas

Você recomenda algum exercício ou técnica para que a pessoa possa avaliar se deve ou não encarar uma mudança?

C.B.: Não sei se é uma crença ou um costume, mas tendo vindo da área de Planejamento, acredito que um exercício interessante de se fazer sempre que se apresentam dúvidas na vida é a análise SWOT ou análise FOFA em português.

É uma ferramenta que analisa forças, oportunidades, fraquezas e ameaças, desta forma é a análise fica mais embasada.

Outra coisa que posso sugerir é aplicar a técnica ou Método Socrático de conhecer-se a si mesmo, algo que na atualidade remete ao autoconhecimento.

E ao aplicar esta técnica automaticamente, você será convidado a entrar em um caminho sem volta e eu acredito que ao trilhar este caminho, você irá desvendar muitos segredos e revelar chaves para muitas portas, que parecem abertas, mas que podem não ser boas oportunidades de entrada.

E se após uma decisão, a pessoa sentir que falhou? Como lidar com a sensação de frustração?

C.B.: Falhar é uma das grandes possibilidades, afinal só falha quem age.

Acredito que lidar com as sensações é uma das coisas mais difíceis na nossa vida, mas esta tentativa é também uma ação. Para ficar bom em algo é preciso treinamento e, sobretudo tirar algum aprendizado do fracasso e mesmo da frustração.

Algumas perguntas que podem ser feitas – e que muito auxiliam este processo:

  • Qual a real razão de eu estar me sentindo frustrado?
  • O que eu poderia ter feito diferente e que talvez me levasse a outro resultado?

E ir se aprofundando até encontrar a real causa da frustração, às vezes é uma crença que poderá ser ressiginificada.

Leitura recomendada: Você tem medo? Que bom, então é alguém normal!

O que você diria para as pessoas que querem fazer algo novo, mas estão com receio?

C.B.: Eu diria, faça com receio mesmo. Existe uma máxima que diz: “Tá com medo? Pois vai com medo mesmo!” Para viver é preciso agir.

Não haverá resultado diferente se não houver uma ação diferente, é uma citação atribuída a Einstein, mas não sei se é verdade que ele disse, mas eu acredito muito nela: “Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes.

Você tem algum livro que mudou a sua vida em relação a esse tema?

C.B.: Tenho alguns livros que me inspiram, mas um em específico me auxiliou – e tem me auxiliado ainda – nos muitos momentos em que preciso provocar alguma mudança em minha vida.

“A coragem de ser imperfeito” da Brenee Brown é o livro. A palestra no TED, foi como a descobri é “O poder da vulnerabilidade” – E na verdade eu conheci o livro após ter visto a palestra, que é simplesmente transformadora!

Sobre Claudia Barros, por ela mesma:

Uma eterna aprendiz, assim eu me defino. Formei-me em Engenharia Mecânica e fiz algumas especializações, mas muito mais que isso passei por vários desafios sempre buscando aprender um pouco mais.

Trabalhei essencialmente com pessoas, mobilizando-as a entregar o seu melhor para as organizações em que trabalhei. Atualmente trabalho com desenvolvimento humano em trabalhos assistenciais e como voluntária.

Sou coach certificada e facilitadora de dois jogos de autoconhecimento e desenvolvimento humano: o MiracleChoice® e o PointsOfYou®. Adoro auxiliar as pessoas em seus desafios de buscarem ser suas melhores versões a cada dia.

  • Facebook – BarrosClau (coachclaubarros)
  • Instagram – barros.clau (Claudia Barros-@CoachClauBarros)

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