Muitas vezes os investidores, após as escolhas e as aplicações iniciais, não sabem como acompanhar suas carteiras, muito menos que atitudes devem tomar em momentos desfavoráveis. Esse processo tem um importante papel para o bom desempenho dos investimentos. Vamos agora explicar como acompanhar seus ativos de forma a ter a melhor rentabilidade possível.
Plano
Estudos provam que quem segue um plano sem mudá-lo por impulso atinge seus objetivos de forma mais eficaz. O ideal é que o planejamento só seja ajustado em avaliações anuais ou, pelo menos, semestrais.
Caso mude seu plano com muita frequência pode acabar cometendo um grande erro, que é estar sempre na contramão, sempre chegando depois, atrasado, no momento errado. Consequentemente, não obtém a rentabilidade desejada.
Para elaborar um plano devemos pensar em diversos pontos, como: 1) quanto quero ter em recursos de curto prazo, renda fixa ou ações, risco moderado, alto risco e 2) quais os objetivos com o dinheiro.
O perfil mais comum do investidor brasileiro é fazer investimentos em um horizonte mais curto. Nesse caso, é preciso ter um cuidado ainda maior, preferindo investimentos com mais liquidez e menos risco.
Periodicidade
Um investidor com plano de médio/longo prazo não precisa acompanhar seus rendimentos de forma tão assídua. Olhar uma vez por mês está mais que bom. Uma avaliação semestral também é adequada. Verificar anualmente é imprescindível.
Não é necessário, e pode ser muito ruim, olhar todos os dias ou com muita frequência seus investimentos. Mais que uma vez por mês pode causar ansiedade e nervosismo, o que faz com que o investidor tome atitudes que podem influenciar negativamente seus investimentos.
Um exemplo: se nos depararmos com um dia de queda forte podemos, por impulso, fazer a retirada e encerrar o investimento. Nesse momento, você pode estar jogando fora a chance de obter uma boa rentabilidade: muitas vezes, um dia não interfere no resultado final.
O importante é perceber se coisas estão indo conforme o planejado. Se não, aí sim, podemos pensar em mudanças a cada seis meses.
Benchmark
Ao acompanhar nossos investimentos, devemos sempre compará-los com uma referência, um indicador relacionado a seu tipo de investimento. O CDI, por exemplo, vai servir como forma de comparação para produtos de renda fixa e multimercado. Já o Ibovespa é uma das referências quando se aplica em ações.
Quando comparamos nossas aplicações com o CDI, é preciso ter em mente que é uma variação bruta. Já os produtos têm sempre algum custo ou imposto. Quando o risco é maior, a rentabilidade pode até superar o CDI. Produtos de renda fixa (lista de títulos), no entanto, normalmente vão ficar bem perto ou um pouco abaixo do índice, justamente por causa de custos e taxas.
Rentabilidade
A análise da rentabilidade deve levar em conta o nível de risco e a volatilidade do ativo. Por exemplo, se um fundo tem uma volatilidade de 5%, e caiu 1%, podemos dizer que está tudo bem, ou seja, isso é o esperado para aquele produto.
Por isso, precisamos sempre balancear o risco e a volatilidade para tomar decisões. Às vezes, o retorno pode até não ser o que você deseja, mas é o esperado para o perfil daquele investimento.
A revisão semestral é importante neste momento. Um fundo que está em queda há seis meses pode ser motivo de análise para retirada. Quando isso acontece, devemos tentar entender o que mudou. Se algum gestor saiu, se a estrutura está diferente ou se alguma outra coisa explica o rendimento ruim. Pode ser somente reflexo de uma alteração conjuntural do mercado.
Alguma dúvida ou comentário? Manda pra gente no e-mail [email protected]! Até a próxima!
Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.
Foto: Planning, risk and strategy in business, Shutterstock.