O custo de oportunidade consiste no que você deixa de obter devido à escolha por uma determinação ação. O Banco Central, por exemplo, enfrenta o custo de oportunidade de elevar os juros para conter pressões inflacionárias, já que tal medida inibe o consumo e os investimentos. Portanto, a autoridade monetária prioriza o controle inflacionário, abrindo mão de um crescimento econômico mais substancial.
Na literatura econômica, autores nos oferecem vários exemplos, dentre eles o de Tiger Woods. Imaginemos que o golfista norte-americano esteja precisando cortar a grama do seu portentoso jardim. O atleta estima que uma hora será suficiente para terminar o trabalho.
Uma outra opção seria contratar alguém e fazer outra coisa durante esse período de tempo. Em uma hora, Woods poderia gravar um comercial para a Nike e ganhar um bom valor por isso. Logo, concluímos que o custo de oportunidade de fazer o serviço é bastante elevado.
A mesma coisa acontece com as decisões entre renda variável e renda fixa. O primeiro passo para entender o custo de oportunidade entre um e outro é compreender o que cada opção pode nos oferecer.
Escolher pelos produtos de renda fixa em vez das inúmeras possibilidades da renda variável nos traz várias vantagens, dentre elas: maior segurança em relação ao retorno do investimento e menos estresse.
E qual seria o custo de oportunidade? Perder a oportunidade de ganhos fantásticos na renda variável, robustecidos ainda por pagamentos de dividendos e combinações de operações que bem feitas remuneram mensalmente a carteira do investidor.
Mas aí entra outro fator: a tolerância ao risco de cada um. Quanto maior o apetite por volatilidade, mais sensível é a pessoa ao custo de oportunidade, ou seja, àquele sentimento do que poderia ter sido obtido se houvesse arriscado mais.
E aqueles que investem de forma agressiva em ações? Qual seria o custo de oportunidade de abrir mão do conservadorismo dos produtos de renda fixa para expor parte substancial do patrimônio à volatilidade das bolsas de valores?
O primeiro ponto é a dificuldade de fazer estimativas de ganhos e prazos. Com as incertezas que caracterizam os mercados acionários, é possível auferir rentabilidades incríveis em poucos meses ou até semanas, assim como o capital pode ficar “emperrado” na carteira por anos. Portanto, os produtos de renda fixa permitem um planejamento do rendimento esperado e do prazo da operação.
Outro ponto importante é o fator estresse. Não são todos que agüentam os altos e baixos das bolsas de valores e, dessa forma, para alguns a tentação de auferir belos ganhos ao custo de noites mal dormidas não vale a pena. O custo de oportunidade é muito baixo. Para esses investidores, abrir mão de ganhos maiores para assegurar tranqüilidade e previsibilidade em seus investimentos é um ótimo negócio.
Em conclusão, o melhor investimento não é necessariamente aquele que vai oferecer maior rentabilidade, mas sim aquele produto que vai atender, além das necessidades financeiras do investidor, ao modus operandi de cada um no que diz respeito ao desenrolar das aplicações (volatilidade esperada, prazos, possibilidades de resgate, dentre outros).
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