Home Investimentos Conheça o Motivo Definitivo para Abandonar a Poupança em 2015 (e não é o Confisco)

Conheça o Motivo Definitivo para Abandonar a Poupança em 2015 (e não é o Confisco)

por Conrado Navarro
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Talita comenta: “Navarro, você deve ter visto o boato de que o governo vai confiscar a poupança ou coisa parecida, certo? Devemos levar isso a sério? Creio que não. E como fica o pequeno poupador que tem na poupança um investimento fácil e relativamente seguro? Ele deve seguir investindo na caderneta? Obrigada”.

Arrisco-me a dizer que o Brasil convive com essa coisa de boatos desde que foi descoberto, e isso não exatamente um privilégio de nosso povo. De maneira geral, a política envolve muitas negociações diretas, francas, mas também atos e decisões desprezíveis do ponto de vista moral; espalhar boatos é um deles.

Não, o confisco não é coisa séria e não deve ser levado em consideração. O Ministério da Fazenda soltou uma Nota Oficial com comentários sobre isso, reiterando que o boato não tem fundamento e que toda comunicação neste sentido será sempre feita pelo Ministério, em caráter oficial, e com transparência (clique aqui para ler a nota). Um de nossos parceiros também já gravou um vídeo sobre o tema (clique e assista).

Dito isso, reforço o que muitos especialistas em finanças pessoais e investimentos têm dito: no momento, a caderneta de poupança não é uma boa alternativa de investimento. Nós certamente poderíamos discutir diversos aspectos associados a esta afirmação, mas isso não será necessário.

O motivo definitivo para abandonar a poupança em 2015

Se você quer saber logo o principal motivo para abandonar a poupança e investir em alternativas melhores, lá vai ele: ao colocar dinheiro na caderneta, seu dinheiro vai render menos que a inflação. Pouco menos, é verdade, mas menos. Traduzindo, você perderá poder de compra. Ok, na melhor das hipóteses você apenas protegerá sua grana da inflação.

O índice oficial de inflação do governo, o IPCA, já flerta com os 7% faz algum tempo, ainda que o governo insista ser capaz de trazer o valor para próximo do teto da meta, 6,5%. O mercado não acredita nisso e os consumidores já perceberam que a inflação sentida é maior que o valor apresentado pelas autoridades.

A caderneta de poupança, cabe relembrar, rende 0,5% ao mês mais a variação da Taxa Referencial (T.R.) No ano, isso hoje representa 7%, um empate técnico com a inflação oficial. Se um empate não parece tão ruim dada a facilidade do investimento, saiba que existem alternativas igualmente seguras e que rendem de 40% a 60% mais.

Letra Financeira do Tesouro (LFT), alternativa melhor que a caderneta de poupança

O apelo de liquidez e facilidade de uso é quase imbatível a favor da caderneta de poupança, mas a possibilidade de investir na Letra Financeira do Tesouro, ou simplesmente LFT (daqui a pouco o nome vai mudar para Tesouro Selic), é o melhor caminho para quem tem perfil conservador.

Como vantagens, a LFT oferece:

  • Garantia do Tesouro Nacional. Você está emprestando dinheiro para o governo, o que significa um risco bastante baixo de calote. Se isso vier a ocorrer, tudo o mais já terá “virado cinzas” antes;
  • Liquidez. O dinheiro pode ser resgatado toda semana, às quartas-feiras, através dos leilões de recompra realizados pelo Tesouro Nacional, e ele será rentabilizado mesmo que fique por apenas uma semana. A poupança precisa “fazer aniversário”, ou seja, seu dinheiro precisa ficar pelo menos 30 dias para que incidam os juros;
  • Rentabilidade atrelada à Selic garantida, sem chance de perda de patrimônio. A evolução da rentabilidade é diária, acompanhando a Selic, e não há risco de perda do valor investido se você optar por vender o título antes da hora (o pagamento na data será rentabilizado com a Selic até a data de venda);
  • Rentabilidade de 40% a 50% maior que a da poupança. Mesmo com cobrança de Imposto de Renda, a rentabilidade no curto prazo é maior que a da poupança. Lembre-se que a Selic está em 12,25% ao ano e com expectativa de alta (e a rentabilidade da LFT acompanha o movimento da Selic).

Como desvantagens, vale citar:

  • Necessidade de operação através de um agente de custódia. Não se trata exatamente de uma desvantagem, mas de uma questão operacional. Como a poupança é simples de operar, este aspecto acaba por desmotivar muitos investidores. No entanto, cabe frisar que o processo de abertura de conta e compra de títulos é bastante simples;
  • Cobrança de Imposto de Renda. O produto não é isento e segue a tabela padrão de IR da renda fixa: 22,5% para investimento de até 6 meses; 20% para o período de 6 a 12 meses; 17,5% de um a dois anos; e 15% acima de dois anos. Apesar da incidência, a rentabilidade é maior que a da poupança, portanto a desvantagem não se transforma em deficiência;
  • Aporte inicial maior para investimento único. Na poupança, é possível investir qualquer quantia. No caso da LFT, é preciso comprar ao menos 0,1 título (ou 10% do seu valor), o que hoje significa algo em torno de R$ 700,00 (o valor pode cair consideravelmente se o investidor optar pela compra programada – a fração mínima passa a ser 0,01% do preço do título);
  • Cobrança de taxas. Dependendo da escolha do agente de custódia para negociação dos títulos, haverá cobrança de uma taxa, geralmente bastante baixa (0,1% a 0,3% ao ano). Além disso, ha cobrança de taxa de custódia por parte da BM&F Bovespa (0,3% ao ano). Ainda com estas taxas e IR, a rentabilidade é maior que a da poupança.

Para saber mais sobre Tesouro Direto e LFT, sugiro a leitura de outros dois artigos já publicados aqui sobre o tema (existem muitos outros, mas estes são bem diretos). Se você quer saber quanto melhor que a poupança o Tesouro pode ser, leia o segundo artigo desta lista abaixo:

Eu poderia citar outras alternativas à caderneta de poupança, mas preferi falar apenas da LFT porque gosto bastante da proposta deste título e acredito que a tendência dos juros é de elevação – como a LFT é pós-fixada e atrelada à Selic, isso significa ver os retornos crescerem com a elevação dos juros.

Conclusão

A caderneta de poupança é popular, tem apelo e funciona como primeiro investimento para muitas famílias. Perfeito, a realidade é essa e não se trata de puni-la com palavras duras e piadas. A ideia é bem outra: oferecer um motivo definitivo para abandonar essa cultura e aproveitar produtos financeiros melhores, como a LFT.

Se você investe na poupança e não pretende mudar esse hábito, que tal compartilhar suas razões conosco? Se você já saiu da poupança, que produto escolheu em seu lugar? Use o espaço de comentários abaixo ou fale comigo pelo Twitter – sou o @Navarro por lá. Obrigado e até a próxima.

Foto “Coins and chess”, Shutterstock.

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