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Você precisa criar o hábito de gostar do seu dinheiro

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Por Dany Rogers.

No livro bestseller “O Poder do Hábito”, Charles Dunning explica porque os hábitos existem e como funcionam. O autor aborda, em cada um dos seus capítulos, um aspecto diferente.

Para ele, não existe uma única fórmula e sim milhares de fórmulas para mudar hábitos. Isso se explica, uma vez que os indivíduos e os hábitos são diferentes.

O autor afirma que alguns hábitos podem ser complexos e persistentes e a mudança pode não ser tão rápida e nem sempre fácil. Mas anime-se! Segundo Dunning, com tempo e esforço qualquer hábito pode ser remodelado.

Sabendo disso, continue com a leitura deste artigo para que possa iniciar ainda hoje uma mudança em seus hábitos. Vou tentar lhe ajudar nessa empreitada.

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Os hábitos em nossas vidas financeiras

Temos a sensação de que nossas decisões são feitas sempre com bastante fundamentação e com muitas análises e justificativas. Mas não é bem assim que ocorre em nosso dia a dia.

Em um artigo publicado por um pesquisador da Duke University, mais de 40% de nossas ações diárias não são decisões de fato, mas sim hábitos.

Estamos envolvidos com decisões financeiras diariamente, que podem ser simplesmente a decisão de consumir o nosso café na padaria ou em casa, ou algo mais complexo como a compra de um automóvel ou de uma casa própria.

O fato é que nos preocupamos demais quando a decisão financeira representa uma quantia elevada e que impactará de forma considerável o nosso orçamento.

Em contrapartida, deixamos no piloto automático (sem pensar muito) os nossos gastos cotidianos, sobre os quais aparentemente não necessitamos de uma decisão mais aprofundada.

Podcast recomendado: Finanças e o fim do ano: cuidados para não se enrolar

Impactos dos maus hábitos em nossas vidas

Embora o impacto de cada hábito rotineiro relacionado às nossas finanças possa aparentar pequeno, no longo prazo:

  • Os cafés na padaria;
  • As refeições que pedimos à noite;
  • Os churrascos semanais com os amigos;
  • O uso do carro próprio nas grandes cidades, que muitas vezes é mais dispendioso e mais demorado do que os metrôs;
  • A manutenção de seu investimento na caderneta de poupança rendendo juros baixíssimos; e
  • O gasto de uma renda extra adquirida ao invés de sua aplicação;

podem impactar bastante nossa situação financeira atual e futura e, consequentemente, nossa qualidade de vida.

E não se iluda que esses hábitos financeiros ruins nunca ocorrerão com você, pois o seu próprio cérebro está buscando a todo momento lhe enganar.

Segundo diversos cientistas, os hábitos surgem justamente porque o nosso cérebro está constantemente procurando maneiras de poupar esforços.

Nesse sentido, o hábito de deixar o dinheiro na caderneta de poupança, apenas para evitar a busca de melhores conhecimentos financeiros sobre investimentos, é excelente do ponto de vista do seu cérebro, por exemplo.

Vídeo recomendado: Gastar e Poupar – Entenda e pratique o básico da Educação Financeira

Como fugir dos maus hábitos financeiros

Para você lutar contra o seu cérebro e tentar adquirir bons hábitos financeiros, vou lhe oferecer algumas dicas:

  • Conscientize-se de que a sua mente é a sua principal inimiga quando o assunto é dinheiro. Desenvolva assim inteligência emocional para aprender a ter o controle sobre ela;
  • Fortaleça em sua mente a ideia de que o dinheiro é seu “melhor amigo”. Isso significa que você não pode maltratá-lo, desrespeitá-lo e deixá-lo sem cuidados e dedicação;
  • Nunca ache que o seu conhecimento é suficiente para administrar bem o seu dinheiro. Ser educado financeiramente exige muito conhecimento e disciplina pois as tentações de consumo são muitas;
  • Procure constantemente conhecimentos sobre educação financeira para que o seu cérebro esteja sempre ativo e interessado no tema, evitando assim que ele crie hábitos financeiros ruins para você;
  • Comece a poupar pouco dinheiro (mesmo que seja apenas 3% ou 5% de sua renda) pois é a melhor forma de iniciar a sua vida rumo à independência financeira, bem como para enganar o seu cérebro, que não sentirá falta desse valor ao longo do mês;
  • Não tenha conta corrente conjunta com conta investimentos (ou poupança) para que não gaste dinheiro de suas reservas ou investimentos “por hábito”.

Leitura recomendada: Seus hábitos (e não seu dinheiro) fazem de você uma pessoa rica

A inércia é uma grande aliada quando o assunto é guardar dinheiro

Programe transferências automáticas de dinheiro da sua conta corrente para sua conta investimento no mesmo dia em que recebe o seu salário, sem período definido. A inércia lhe ajudará a não cancelar a programação.

Já deixe programado também os aumentos de renda que você já sabe que vai ter, para que a transferência de dinheiro de sua conta corrente para a sua conta investimentos seja automática.

Não tenha um cartão físico de sua conta investimentos que lhe permita pagar compras ou sacar dinheiro em qualquer hora e lugar.

Caso tenha, quebre-o (é isso mesmo que você está lendo). A inércia não deixará você ir ao caixa do banco para sacar, fazendo você pensar melhor se isso é ou não necessário.

Utilize, como forma de guardar dinheiro, serviços de bancos que arredondam os centavos das suas compras pagas com cartão e automaticamente transferem esses valores para uma conta investimento.

A inscrição é feita apenas uma única vez, e a inércia não deixará que vá ao banco cancelar a mesma.

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Conclusão

Com essas sugestões, espero que você tenha compreendido que é possível criarmos bons hábitos financeiros com mudanças simples de comportamento.

Normalmente, os principais problemas financeiros que temos não são por causa de perda de emprego/renda, crise econômica e outros fatores externos, que insistimos em defender para nos justificar.

As dificuldades financeiras que passamos são frutos de nossos maus hábitos e comportamentos que, muitas vezes, podem ser evitados.

Por isso, convido você a alterar esses hábitos financeiros ruins e, acima de tudo, praticar o hábito de gostar do seu dinheiro. Abraços e até logo.

Sobre o autor

Dany Rogers é Doutor em Finanças pela EAESP/FGV, professor do curso de Administração da FACIP e coordenador do Núcleo de Educação Financeira (NEF) da Universidade Federal de Uberlândia. Possui diversos artigos em Finanças Comportamentais. E-mail para contato: [email protected].

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