A revista ISTOÉ de 15 Set/2010, edição no 2131, trouxe uma pesquisa de economistas e estatísticos feita com 450 mil americanos, publicada pela revista científica PNAS, mostrando que “para ser feliz, o importante não é ser rico, mas sim, não ser pobre”. O ganho mensal para essa suposta tranqüilidade giraria em torno de R$ 11,3 mil. Qualquer valor acima desse não mudaria muito o grau de felicidade. Será?
Após atingirem esse piso salarial, outros itens que também trariam a felicidade seriam:
- “Ser religioso”;
- “Possuir plano de saúde”;
- “Felicidade de ter filhos”.
Como é interessante e variável o conceito de felicidade para o ser humano! No caso da pesquisa acima, 450 mil americanos acreditam que ao receber mensalmente quase R$ 12 mil (valor convertido a partir do dólar, moeda usada na pesquisa) sua a felicidade atingiria um patamar estável.
Trazendo para o Brasil essa conversa, confesso que para mim é difícil estipular um piso salarial em que a felicidade é garantida. Conheço muitas pessoas que recebem um salário mínimo e dá para ver em seu rosto e na sua postura diante da vida que são felizes. Conheço outras que, mesmo vivendo uma condição financeira satisfatória, ainda estão à procura da felicidade e da realização pessoal.
Uma verdade vigente é que a maioria das pessoas acaba “medindo” a felicidade, principalmente a alheia, através do carro do ano, da casa na praia ou do celular de última geração que ela carrega. Muitos brasileiros veem no consumo a oportunidade de acariciar sua felicidade e utilizam o cheque especial todo mês somente para manter a imagem de pessoas felizes e com grande poder de compra.
Essa conduta é perigosa e acaba levando milhares de brasileiros a um alto nível de endividamento. Pior é a infelicidade de ter o nome no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). O que acontece? Será que elas não estão preocupadas com o valor imensurável de uma vida até mais simples, mas repleta de riquezas morais e afetivas? Isso sim vale a pena ser discutido!
É claro que ganhar um salário alto traz benefícios e mais qualidade de vida, mas a discussão aqui é o quanto preciso receber para ser supostamente mais feliz. Eu vejo essa situação por outro ângulo: acredito que o acumulo de capital é uma questão de valor pessoal. O Navarro publicou um artigo interessante sobre isso: “Quanto é ser rico? E muito rico?”.
O conceito de riqueza sofre as influências da subjetividade e o mais importante nessa vida é ter brilho nos olhos, atitude positiva, autoestima legal, o desejo de estar bem consigo e com seus afetos. O dinheiro é resultado disso e de muito trabalho!
Estou convencida de que não importa qual seja salário, o importante é saber lidar bem com o dinheiro em busca de dias melhores para todos. Você concorda? Você acredita que é possível estabelecer um valor de salário determinado para conseguir a felicidade estável? Existe felicidade estável?
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