O poema conhecido de Carlos Drummond de Andrade contém dúvidas sobre caminhos a serem trilhados. Isso se aplica ao mercado acionário local, depois de a B3 ter conseguido bater o recorde de pontos que perdurava desde o final de maio de 2008, quando registramos os efeitos da crise subprime e, logo em seguida (setembro), a quebra da instituição financeira centenária, Lehman Brothers.
Na última segunda-feira (11 de setembro), o Ibovespa conseguiu fazer a máxima intraday em 74.635 pontos e fechou na máxima em 74.319 pontos. E não foi só o índice local. O S&P cravou seu novo recorde histórico, indicando que parece ser um movimento mais globalizado de busca por um pouco mais de risco, para obtenção de retornos.
Há enorme liquidez no mercado financeiro internacional produzida por muitos anos seguidos de distensão monetária, e sem que isso tenha causado pressões inflacionárias subjacentes. Com o crescimento e recuperação da economia ainda em tom moderado. São muitos os bancos centrais de países desenvolvidos que começam a questionar essa flexibilização monetária para tentar antecipar movimentos, mesmo antes da inflação se fazer mais presente. Podemos citar na ponta o FED, mas temos que considerar pressões sobre o BCE (BC Europeu), BOJ (Japão) e o Reino Unido (BOE).
Os caminhos que serão tomados pelos Bancos Centrais
Apesar disso, de mais concreto somente o FED que elevou juros (e pode não repetir mais uma vez nesse ano), mas atuando provavelmente na redução do tamanho de seu balanço, ainda que de forma muito gradual. Estima-se que possa começar esse movimento já no mês de outubro, mas não chega a assustar os investidores. O Reino Unido é outro que pode entrar nessa vibe, enquanto o BCE resiste (segundo declarações recentes de Mario Draghi).
No Brasil, só para variar um pouco, estamos meio que na contramão com a Selic manifestamente em tendência de baixa, podendo encerrar 2017 até abaixo de 7,0%. A ata da última reunião do Copom tirou um pouco, mas não completamente, a possibilidade de nova redução da Selic em 1,0% na reunião de 25 de outubro, expressando a possibilidade de reduzir a velocidade de queda.
Taxas de juros reais negativas ou muito baixas geram insatisfação nos investidores e, na medida em que as economias recuperam os tônus, cresce a possibilidade de arriscar um pouco mais para obtenção de mais retornos. No caso do mercado local existe, como diria o mesmo Drummond, “uma pedra no caminho”. O dólar fraco encarece aquisições e fusões no Brasil, dificulta concessões, assim como incursões no mercado secundário de ações.
O momento da renda variável
Apesar disso, se fizermos uma conta simples, o nível de pontuação da B3 quando corrigido pelo dólar, inflação ou DIs; estaria ainda muito longe (em alguns casos mais de 100%), o que poderia indicar que há muito espaço para ser recuperado nos próximos meses, caso a economia continue a mostrar sinais de recuperação e o governo consiga, minimamente, emplacar reformas importantes, começando pela da Previdência.
Pois bem, como temos feito em nossos últimos artigos colocados nessa tribuna aberta, seguimos sugerindo a assunção de parcelas de risco em renda variável, sempre observando a propensão individual para risco do investidor, atentando para prazos mais amplos para retorno e escolhendo alternativas conservadoras, principalmente para os neófitos em renda variável.
Escolha suas alternativas buscando estudar ou conselhos de especialistas. Aplique em fundos multimercados e de ações nesse processo de diversificação ou vá diretamente ao mercado secundário de ações. Vá sempre com a percepção que são aplicações de risco e de retorno em mais longo prazo e estabeleça metas de perdas possíveis e ganhos requeridos.
Nós do modalmais podemos fornecer conteúdo para suas decisões de investimentos ou assessora-los com os nossos profissionais. Como tudo que se faz na vida exige uma dose de sorte, então BOA SORTE EM SEUS INVESTIMENTOS.