O Egito disse neste domingo que intensificou os esforços diplomáticos para que alguma ajuda humanitária chegue à Faixa de Gaza, e o presidente da nação disse aos secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que o bombardeio de Israel no território é desproporcional.
“A reação foi além do direito à legítima defesa, transformando-se em punição coletiva para 2,3 milhões de pessoas em Gaza”, afirmou o presidente do país, Abdel Fattah al-Sisi, ao comentar a reação israelense aos ataques de militantes do Hamas, há uma semana.
A ajuda vinda de vários países têm sido estocada na península do Sinai, no Egito, devido ao fracasso das negociações para que os produtos e mantimentos sejam entregues em Gaza e que portadores de passaportes estrangeiros possam cruzar a fronteira em Rafah.
Os bombardeios de Israel contra Rafah, localizada no lado da Faixa de Gaza da fronteira, têm afetado as operações na região. Trata-se da única saída de Gaza que não é controlada por Israel.
Há preocupação no Egito de que os moradores da Faixa de Gaza possam ser desalojados devido ao cerco e bombardeio de Israel contra a região.
Como outros países árabes, os egípcios disseram que os palestinos devem permanecer em suas terras e que estão trabalhando para que a ajuda humanitária chegue às pessoas.
Um comunicado do gabinete de Sisi, emitido depois de um encontro do conselho de segurança nacional, informou que o Egito rejeitou qualquer plano para deslocar os palestinos “em detrimento de outros países”, e que a segurança do próprio Egito está em jogo.
Sisi também propôs uma reunião para discutir a crise, segundo o comunicado.
O ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, disse à CNN no sábado que a fronteira com Rafah estava aberta, mas que as estradas que levam ao local em Gaza estão “inoperáveis”, devido aos bombardeios de Israel.
Ele afirmou que, se estrangeiros puderem cruzar a fronteira com o Egito, facilitará o embarque deles para seus respectivos países.
Os Estados Unidos estão participando dos esforços diplomáticos para facilitar a entrada de ajuda humanitária e a saída de civis por meio de Rafah, e disseram neste sábado aos seus cidadãos na Faixa de Gaza que se dirijam para perto da fronteira, em caso de abertura.
Oito aviões com ajuda vinda da Turquia, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Tunísia e da OMS (Organização Mundial da Saúde) pousaram nos últimos dias no aeroporto de Al Arish, no Sinai, e um comboio com mais de 100 caminhões está esperando permissão para entrar em Gaza, de acordo com a Cruz Vermelha egípcia.