Elon Musk, acusado por grupos de direitos civis de amplificar o ódio antijudaico em sua rede social X, vai se reunir com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o presidente israelense, Isaac Herzog, em Israel na segunda-feira, informou neste domingo o Canal 12 de TV.
Uma fonte israelense confirmou a visita de Musk, bilionário que também dirige a Tesla (TSLA) (TSLA34) e a SpaceX. Porta-vozes da Tesla e do X, antigo Twitter, não responderam aos pedidos de comentários.
A visita de Musk coincide com uma trégua de quatro dias na guerra entre Israel e os militantes palestinos do Hamas em Gaza.
Netanyahu encontrou-se com Musk na Califórnia dia 18 de setembro e pediu a ele que encontrasse um equilíbrio entre a proteção da liberdade de expressão e o combate ao discurso de ódio, após semanas de controvérsia em relação a conteúdo antissemita no X.
Em resposta, Musk disse que era contra o antissemitismo e qualquer coisa que “promovesse o ódio e o conflito”, repetindo declarações anteriores de que X não promoveria o discurso de ódio.
Durante essa visita, que ocorreu antes da guerra, cerca de 200 pessoas protestaram contra os esforços do governo de direita de Netanyahu para restringir os poderes de tribunais israelenses. Eles se reuniram em frente à fábrica da Tesla na Califórnia, onde ocorreu a reunião.
Então, em 15 de novembro, Musk endossou postagem no X que afirmava falsamente que o povo judeu estava alimentando o ódio contra os brancos. Na ocasião, o empresário disse que o usuário que fez referência à teoria da conspiração da “Grande Substituição” estava falando “a verdade”.
A Casa Branca condenou o que chamou de “promoção abominável do ódio antissemita e racista” que “vai contra nossos valores fundamentais como americanos”.
Grandes empresas dos EUA, incluindo Walt Disney, Warner Bros Discovery e Comcast, controladora da NBCUniversal, suspenderam anúncios no X.
A teoria da conspiração da “Grande Substituição” sustenta que o povo judeu e a esquerda estão planejando a substituição étnica e cultural das populações brancas por imigrantes não-brancos, o que levará a um “genocídio branco”.
O antissemitismo e a islamofobia aumentaram nos EUA e em todo o mundo, inclusive durante a guerra entre Israel e o Hamas, que já dura sete semanas.
Musk está desenvolvendo uma startup de inteligência artificial, a xAI, e Israel é considerado um líder mundial na área, graças às crescentes indústrias de computação e robótica.