A embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, afirmou nesta sexta-feira que o esboço de resolução do Conselho de Segurança do órgão oferecido pela Argélia pedindo um cessar-fogo na Faixa de Gaza pode comprometer “negociações sensíveis” de mediação de pausa na guerra.
A Argélia compartilhou a proposta com o conselho de 15 membros na quarta-feira, exigindo um cessar-fogo humanitário imediato entre Israel e Hamas. Não está claro se e quando a Argélia vai submeter a resolução a votação.
“Essa resolução pode prejudicar negociações sensíveis, atrapalhando os exaustivos e contínuos esforços diplomáticos para assegurar a soltura de reféns e a pausa estendida que civis palestinos e trabalhadores de ajuda humanitária desesperadamente precisam”, disse Thomas-Greenfield a jornalistas.
Na semana passada, Israel, Egito, Catar e Estados Unidos desenharam um rascunho prevendo uma pausa estendida nos conflitos e esperam uma resposta do Hamas. A única trégua obtida até o momento durou uma semana, no fim de novembro.
“Se aceita e implementada, essa proposta colocaria todas as partes um passo mais próximas de criar as condições para a cessação sustentável das hostilidades”, acrescentou a embaixadora.
“O conselho tem a obrigação de assegurar que qualquer ação que tomarmos nos próximos dias aumente a pressão para que o Hamas aceite a proposta.”
EUA e Israel são contra um cessar-fogo, que dizem beneficiar somente o Hamas. Em vez disso, Washington apoia pausas no conflito para proteger civis e libertar os reféns levados pelo grupo palestino para dentro do enclave.
Para ser adotada, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU precisa ter pelo menos nove votos favoráveis e nenhum veto de Estados Unidos, Reino Unido, França, China ou Rússia.