O Brasil está 81% da sua meta de redução das emissões de carbono estabelecida para 2030, mostra um estudo produzido pelo Société Générale e obtido pelo Dinheirama.
Este é o pior desempenho entre as nações que compõem o G20, com exceção da Arábia Saudita.
A análise faz parte de uma avaliação global “Investindo com Carbono Zero” preparada pelo banco francês para indicar aos investidores os países mais comprometidos com o meio ambiente.
Os países analisados receberam uma pontuação de carbono, o que pode auxiliar os gestores na busca de investimentos mais sustentáveis, o que tem sido um forte apelo na comunidade investidora global.
São acompanhadas 23 economias, que representam 74% das emissões de gases de efeito estufa em 2030 e 88% do PIB mundial, com 10 países desenvolvidos e 13 emergentes.
“Fornecemos algumas métricas para vincular a pontuação de carbono e a construção de carteira de títulos soberanos aos rendimentos nominais dos títulos, aos rendimentos reais e ao retorno total”, destaca Alain Bokobza, responsável pela pesquisa.
Emissões do Brasil
Em novembro de 2021, o Brasil se comprometeu a cortar as emissões em 37% para 2025 e revisou a sua meta redução das emissões de 43% para 50% até 2030. Nesta revisão, contudo, o país alterou a referência do total de gases emitidos em 2005, de 2,1 bilhões de toneladas para 2,8 bilhões de toneladas.
Ou seja, embora o plano pareça ambicioso, o fato é que o Brasil aumentou significativamente o seu pressuposto base de emissões para 2005, afirma o banco. O SocGén observa também que a promessa de “desmatamento zero” do presidente Lula exigiria um esforço de financiamento global.
“O Brasil emitiu planos setoriais de mitigação. No entanto, a maioria deles está desatualizado ou não são o foco dos planos climáticos nacionais”, observa Bokobza.
O Brasil ficou com uma pontuação de carbono de 22,5 que, entre os emergentes, só está acima da Indonésia.
A pontuação é o resultado da análise das variáveis de intensidade de redução dos gases (25%), tendência da intensidade (25%), tendência futura de intensidade (25%) e risco de diferença para a meta de 2030 (25%).
Economias desenvolvidas | Pontuação de carbono | Diferença para meta de 2030 |
---|---|---|
Austrália | 36,4 | 11% |
Reino Unido | 33,4 | 9% |
EUA | 19,3 | 20% |
Japão | 17,6 | 14% |
Arábia Saudita | 17 | 129% |
França | 16,6 | 21% |
UE | 13,8 | 15% |
Alemanha | 13,7 | 18% |
Itália | 12,4 | 14% |
Espanha | 9,3 | 26% |
Canadá | 6 | 31% |
Economias emergentes | Pontuação de carbono | Diferença para meta de 2030 |
China | 34,6 | 1% |
Taiwan | 33,2 | 2% |
Colômbia | 33,1 | 46% |
Chile | 31,9 | 30% |
Coreia do Sul | 31,8 | 22% |
Turquia | 30,3 | 29% |
México | 27,8 | 28% |
África do Sul | 26,4 | 27% |
Índia | 24,4 | 0% |
Argentina | 23,6 | 29% |
Brasil | 22,5 | 81% |
Indonésia | 19,5 | 21% |