As empresas taiwanesas devem assumir suas responsabilidades sociais e desempenhar um “papel positivo” na promoção do desenvolvimento pacífico das relações no Estreito de Taiwan, disse o governo chinês nesta quarta-feira, em meio a uma investigação sobre a Foxconn, importante fornecedora da Apple.
As investigações chinesas sobre impostos e uso de terras nas operações da Foxconn em Taiwan foram destacadas pelo favorito para ser o próximo presidente de Taiwan, Lai Ching-te, como um exemplo de interferência chinesa nas eleições e de pressão indevida sobre empresas taiwanesas que investiram bilhões na China.
O governo chinês não confirmou oficialmente as investigações, que foram relatadas primeiro pelo tablóide nacionalista apoiado pelo Estado, o Global Times, no domingo. A China considera Taiwan como seu próprio território.
Perguntada sobre a investigação em uma coletiva de imprensa de rotina em Pequim, Zhu Fenglian, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan da China, não confirmou a investigação, nem se referiu à Foxconn.
“Os órgãos relevantes do continente tratam todas as empresas de maneira igual, em acordo com a lei e os regulamentos, e é um ato normal de aplicação da lei realizar investigações dentro da lei”, disse ela.
A política da China de respeitar, cuidar e beneficiar as pessoas de Taiwan não mudará, e o governo apoiará, como sempre, os empresários e empresas taiwanesas a investir e criar um bom ambiente para o desenvolvimento deles, disse Zhu.
Ela indicou que a China espera que essas empresas desempenhem um papel político.
“Enquanto compartilham os benefícios do desenvolvimento e os dividendos do crescimento no continente e alcançam um rápido desenvolvimento, as empresas de Taiwan também devem assumir responsabilidades sociais correspondentes e desempenhar um papel positivo na promoção do desenvolvimento pacífico das relações através do Estreito.”
Zhu não deu mais detalhes.
Na terça-feira, o vice-presidente de Taiwan, Lai, candidato do Partido Democrático Progressista (DPP) à Presidência nas eleições de janeiro, criticou a China por sua investigação sobre a Foxconn, dizendo que Pequim deveria “valorizar” as empresas taiwanesas e não pressioná-las durante uma eleição.