Os preços ao produtor dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em fevereiro, em meio a um aumento no custo de produtos como gasolina e alimentos, o que pode alimentar os temores de que a inflação esteja voltando a crescer.
O índice de preços ao produtor para a demanda final aumentou 0,6% no mês passado, após um avanço de 0,3% não revisado em janeiro, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Economistas consultados pela Reuters projetavam alta de 0,3%.
Um salto de 1,2% nos preços de bens foi responsável por quase dois terços do aumento no índice, após queda de 0,1% em janeiro.
Os preços de bens foram impulsionados pelos produtos de energia, que saltaram 4,4% depois de terem caído 1,1% em janeiro.
Nos 12 meses até fevereiro, o índice de preços ao produtor subiu 1,6%, depois de ter avançado 1,0% em janeiro.
Dados do governo na terça-feira mostraram que os preços ao consumidor aumentaram fortemente pelo segundo mês consecutivo em fevereiro.
Mas os economistas, em grande parte, ignoraram o resultado, argumentando que as dificuldades em ajustar os dados para os aumentos de preços no início do ano continuaram a exercer um viés de alta sobre a inflação.
Os preços da gasolina no atacado aumentaram 6,8% no mês passado. Também houve aumentos nos preços do diesel e do combustível de aviação.
Os preços dos alimentos subiram 1,0%, em meio a aumentos nos custos de ovos e carne bovina.
Excluindo alimentos e energia, os preços de bens aumentaram 0,3%, igualando o avanço de janeiro.
Isso sugere que a deflação de bens, o principal fator de redução da inflação, está chegando ao fim e que os serviços precisarão compensar a pressão sobre os preços.
O setor de serviços avançaram 0,3% em fevereiro, depois de terem aumentado 0,5% no mês anterior. Um aumento de 3,8% nos custos de quartos de hotel e motel foi responsável por um quarto do aumento nos preços de serviços.
Os mercados financeiros esperam que o banco central dos EUA comece a cortar as taxas de juros em junho. Desde março de 2022, o Fed aumentou sua taxa de juros em 525 pontos-base, para a faixa atual de 5,25% a 5,50%.