O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil avançou em dezembro e chegou ao maior patamar em cinco meses, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta segunda-feira, embora tenha reforçado a percepção de incerteza sobre a trajetória do mercado de trabalho.
O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, subiu 2,3 pontos em dezembro, para 77,3 pontos, maior nível desde julho de 2023 (78,0 pontos).
Seis de sete componentes do indicador avançaram no mês passado, com a maior influência positiva vindo de Tendência dos Negócios da Indústria, que contribuiu com 1,3 ponto para o resultado geral. Outros destaques positivos foram os indicadores Emprego Local Futuro do Consumidor, Situação Atual dos Negócios da Indústria e o item Serviços.
No entanto, “ainda é cedo para comemorar o resultado, principalmente pelo patamar que o indicador se encontra”, disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.
“O ritmo para 2024 ainda está em aberto e vai depender muito de como a atividade econômica vai reagir ao longo do ano. Para manter a trajetória positiva e aumentar as expectativas sobre contratação, são necessários sinais claros de retomada e redução de incerteza no país.”
Os dados mais recentes do IBGE, referentes a novembro, mostraram que a taxa de desemprego no Brasil caiu nos três meses encerrados no mês retrasado para 7,5%, marcando o patamar mais baixo para qualquer trimestre móvel desde o início de 2015, com novo recorde no número de pessoas ocupadas.
Condições monetárias mais frouxas tendem a reduzir o aperto do crédito para a população e, consequentemente, impulsionar a economia e o emprego. No entanto, há uma defasagem temporal entre as decisões de política monetária e seu efeito prático.
A taxa Selic está atualmente em 11,75%, após quatro reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual nos juros pelo Banco Central.