A produção industrial no Brasil teve em janeiro a maior queda em quase três anos, num resultado pior que o esperado pressionado por perdas nas indústrias extrativas e de alimentos, iniciando 2024 em tom negativo depois de resultados positivos no final ano passado.
Em janeiro, a produção contraiu 1,6% na comparação com o mês anterior, informou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo mês do ano anterior, a produção teve alta de 3,6%.
O resultado mensal representa a queda mais intensa desde abril de 2021 (-1,9%) e elimina parte do ganho de 2,9% acumulado no período de agosto a dezembro de 2023.
As expectativas em pesquisa da Reuters eram de recuo de 1,3% na base mensal e alta de 2,8% na anual.
A indústria nacional teve em 2023 expansão de 1,6% sobre 2022, de acordo com os dados do PIB. O ano foi marcado por variações mensais perto de zero, com o setor enfrentando de um lado dificuldades externas e juros elevados no Brasil, e de outro arrefecimento da inflação e um mercado de trabalho aquecido no país.
No entanto, o resultado de janeiro da produção interrompe dois meses seguidos de altas e o setor ainda está 0,8% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,5% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011, de acordo com o IBGE.
O IBGE destacou que, em janeiro, seis dos 25 ramos pesquisados mostraram recuo na produção, com destaque para as quedas de 6,3% das indústrias extrativas e de 5,0% dos produtos alimentícios.
“A primeira atividade foi pressionada pela menor extração de petróleo e minério de ferro, interrompe dois meses consecutivos de crescimento na produção, período no qual acumulou expansão de 6,7%”, explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.
“A segunda teve como principal influência negativa a redução na fabricação de açúcar, eliminando parte da expansão de 11,3% acumulada no período entre julho e dezembro”, completou.
Entre as categorias econômicas, Bens de Capital tiveram alta de 5,2% em janeiro, mas a fabricação de Bens Intermediários contraiu 2,4% e a de Bens de Consumo caiu 1,5%.
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