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IPCA acelera a 4,61% em agosto e volta a ficar acima da meta

No acumulado de 12 meses até agosto, o IPCA teve alta de 4,61%, contra alta 3,99% do mês anterior

por Reuters
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O aumento nas contas da energia elétrica levou a inflação no Brasil a acelerar a alta do IPCA em agosto, ainda que com menos intensidade do que o esperado, deixando a taxa em 12 meses acima de 4% de novo uma semana antes da próxima reunião de política monetária do Banco Central.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, após alta de 0,12% em julho, resultado um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,28%.

Os dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o índice passou a acumular agora em 12 meses alta de 4,61%, de 3,99% em julho, contra projeção de 4,67%.

Assim, o índice volta a ficar acima de 4% pela primeira vez desde abril e supera o centro da meta para a inflação este ano, que é de 3,25% com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Esse movimento indica que a inflação já atingiu seu ponto mais baixo do ano, como era esperado, e pode continuar subindo à frente, uma vez que ainda cairá do cálculo a deflação vista em setembro de 2022, registrada por conta da desoneração de impostos.

Energia Elétrica
Aumento da energia elétrica foi o maior peso do índice em agosto (Imagem: Freepik/@ evening_tao)

Energia elétrica

O maior impacto individual no resultado do IPCA de agosto foi exercido pelo aumento de 4,59% da energia elétrica, o que levou o grupo Habitação a apresentar alta de 1,11%.

Isso devido ao fim da incorporação do bônus de Itaipu, um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica incorporado nas contas de luz dos consumidores em julho.

Além de Habitação, outros cinco dos nove grupos pesquisados apresentaram alta em agosto com destaque para Saúde e cuidados pessoais (0,58%) e Transportes (0,34%).

Neste último, a maior influência partiu da alta de 1,24% dos preços da gasolina, além do avanço de 1,71% de automóvel novo.

Por outro lado, o grupo Alimentação e bebidas, com forte peso no bolso dos consumidores, mostrou queda pelo terceiro mês consecutivo, de 0,85%, na maioria devido ao recuo de 1,26% nos preços da alimentação no domicílio.

“Temos observado quedas ao longo dos últimos meses em alguns itens importantes no consumo das famílias como, por exemplo, a carne bovina e o frango, que está relacionado à questão de oferta. A disponibilidade de carne no mercado interno está mais alta, o que tem contribuído para a queda nos últimos meses”, explicou o gerente da pesquisa, André Almeida.

Copom avaliou ser pouco provável uma intensificação dos cortes na Selic à frente, porque tal decisão exigiria “surpresas positivas substanciais” (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
O BC avalia ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, com Campos Neto destacando que a barra (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

Banco Central

A aceleração da inflação ocorre no momento em que o BC iniciou um ciclo de corte de juros ao reduzir a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, a 13,25%, prevendo novas reduções na mesma magnitude.

Será com esses dados em mãos que o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC se encontrará na próxima semana.

A inflação de serviços, acompanhada de perto pelo BC, mostrou um cenário mais benigno ao desacelerar a alta a 0,08% em agosto, após subir 0,25% em julho, acumulando em 12 meses avanço de 5,43%.

O índice de difusão, que mostra o espalhamento das variações de preços, aumentou com força a 53%, de 46% em julho.

O BC avalia ser pouco provável intensificar os cortes na Selic à frente, com Campos Neto destacando que a barra é alta para fazer algo diferente de cortes de 0,5 ponto percentual.

Pesquisa Focus divulgada na véspera mostra que o mercado prevê que o IPCA encerrará este ano com alta de 4,93%, indo a 2,89% em 2024.

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