Na noite do último sábado (30) foi anunciada pelo Ministério da Fazenda a prorrogação da alíquota reduzida do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para automóveis até dezembro. O incentivo visa ajudar o setor automobilístico a manter os níveis de produção e de emprego até o fim do ano.
O aumento do IPI estava programado para ocorrer hoje, mas em nota oficial o Ministério da Fazenda alegou que a medida foi imposta para estimular o mercado interno. “Com essa medida, o governo não só estimula o setor automotivo, um dos principais motores da economia, como toda a cadeia automobilística, como as indústrias de autopeças, de estofamento e de acessórios”, informou.
A indústria automobilística representa 5% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional e, segundo assessoria do Ministério da Fazenda, a medida representa uma renúncia fiscal adicional de R$ 2,2 bilhões de abril a dezembro de 2013 em relação ao que já estava programado. Esta precaução se mostra importante visto o baixo desempenho das vendas no primeiro trimestre de 2013.
Aqui no Dinheirama publicamos dois artigos sobre o assunto: os carros mais vendidos em fevereiro e os carros mais vendidos na primeira quinzena de março. Neles, é possível notar a queda de vendas quinzenais a partir do fim do ano passado.
Entre maio e dezembro de 2012, o governo reduziu o IPI dos veículos flex de até mil cilindradas de 7% para zero. No primeiro dia deste ano, a alíquota dessa categoria subiu para 2% e deveria subir para 3,5% a partir de hoje, 1º de abril, voltando aos 7% originais em 1º de julho.
Os veículos flex de mil a 2.000 cilindradas tinham programação parecida. Para eles, a alíquota do IPI caiu de 11% para 5,5% até 31 de dezembro, subiu para 7% em 1º de janeiro e deveria ir para 9% nesta segunda-feira. Para veículos a gasolina, o IPI original saiu de 13% para 6,5% entre maio e dezembro do ano passado, foi para 8% em 1º de janeiro e a previsão anterior é de que chegaria a 10% a partir desta segunda-feira.
No caso dos veículos utilitários, a alíquota de 8% ficou em 1% até dezembro, subiu para 2% em janeiro e deveria ir para 3%, se o governo mantivesse a programação anterior de aumento do IPI.
A medida pode ser vista como uma maneira de tentar manter o bom número de funcionários empregados pela indústria automobilística. O setor automotivo contratou 1.819 trabalhadores em janeiro e fevereiro deste ano, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).
Segundo informações publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo no último sábado (30), a indústria conta com 131,7 mil trabalhadores e está perto de atingir seu recorde histórico em número de funcionários – 133,6 mil em fins de 1980.
Ademar Cantero, diretor de relações institucionais da Anfavea, lembrou que no início do ano passado o setor apresentava queda nas vendas de carros, mas teve o movimento revertido depois do anúncio da redução do IPI.
“O governo adotou a redução do IPI, as montadoras também reduziram os seus preços e o crédito foi destravado. Em função desse conjunto de medidas, no ano passado conseguimos inverter essa curva para um crescimento de 4,5% no mercado”, afirmou.
Como ficam as cidades?
A redução do IPI promove a procura por novos carros no mercado e, consequentemente, impulsiona o número de automóveis que circulam nas grandes cidades. Atualmente, o país conta com mais de 43 milhões de automóveis em circulação, sendo que a maioria absoluta desses carros se concentra nas regiões metropolitanas.
Como bem sabemos, a infraestrutura dessas grandes cidades deixa a desejar, como também como aponta André Trigueiro, do blog Mundo Sustentável. Em sua análise, ele questiona a medida de prorrogar o IPI reduzido até dezembro a fim de manter a economia aquecida. Vale a leitura.
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Fonte: R7. Foto de freedigitalphotos.net.