A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, expôs neste sábado os amplos objetivos norte-americanos para quando o conflito Israel-Hamas terminar e enfatizou que o povo palestino em Gaza e na Cisjordânia deveria, em última análise, ser reunificado sob uma entidade governamental.
Harris fez uma série de aparições na cúpula climática COP28 em Dubai, depois de ser convidado pelo presidente dos EUA, Joe Biden, a ocupar seu lugar à mesa enquanto se concentrava na guerra Israel-Hamas.
Nas conversações com o presidente Abdel Fattah Al-Sisi do Egito, Harris disse que “sob nenhuma circunstância os Estados Unidos permitirão a realocação forçada de palestinos de Gaza ou da Cisjordânia, o cerco de Gaza, ou o redesenho das fronteiras de Gaza”, disse a Casa Branca em comunicado.
Ela também disse que, uma vez terminada a guerra, os esforços de reconstrução deverão ser perseguidos “no contexto de um horizonte político claro para o povo palestino rumo a um Estado próprio liderado por uma Autoridade Palestina revitalizada e com um apoio significativo da comunidade internacional e do países da região”, disse o comunicado.
“A vice-presidente deixou claro que o Hamas não pode controlar Gaza, o que é insustentável para a segurança de Israel, o bem-estar do povo palestino e a segurança regional”, afirmou a Casa Branca.
A Autoridade Palestina, apoiada pelo Ocidente, governa partes da Cisjordânia ocupada. O Hamas tomou o controle de Gaza em 2007 do principal partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas, Fatah, e tem governado o enclave desde então.
O papel de Harris na administração está sob crescente escrutínio à medida que Biden, 81 anos, concorre a um segundo mandato. Ela foi incumbida de ajudar a resolver uma série de desafios importantes, desde a migração ao aborto e ao direito de voto no país de origem. A forma como Gaza pós-conflito deve ser gerida de forma realista é uma questão que tem confundido os líderes regionais e os especialistas do Médio Oriente.